RAIO X – CAIXAS REFERENCE PREMIERE DA KLIPSCH

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Conjunto de caixas garante dinamismo, alta performance e um palco sonoro de primeira

Texto: Yuri Matos
Imagens: Divulgação 

Velha conhecida de todos nós, a marca norte-americana Klipsch é uma das mais consagradas no mercado de áudio mundial. Aqui mesmo, em Áudio & Vídeo – Design e Tecnologia, vários modelos de caixas acústicas desse fabricante já foram testados. E, é claro: sucesso em nossos reviews. A Klipsch é sempre uma ótima surpresa em nossa sala de testes.

Famosa por suas cornetas e, também, pelos woofers na cor de cobre, as caixas da Klipsch também têm, por marca registrada, a alta sensibilidade, uma característica que permite maiores pressões sonoras sem precisar de um amplificador com potência descomunal.

A nova geração Reference Premiere une o melhor que a marca já oferece, somado às novas tecnologias embarcadas. Resultado: qualidade de ponta! Os apaixonados por graves profundos, impacto e realismo sonoro podem se preparar: esta nova geração da Klipsch é o upgrade certeiro para quem é fã do “alto e bom som”.

Features

Para o teste, recebemos as torres RP-260F, o canal central RP-440C e o subwoofer R-110SW. Como destaque, esta nova geração de caixas traz algumas tecnologias inovadoras, incluindo uma nova guia de ondas para o tweeter, novos dutos de respiro e uma nova fusão no material dos cones dos woofers.

Começaremos falando mais sobre essas tecnologias. Quem olha para a nova linha de caixas da Klipsch já percebe, de imediato, uma mudança na corneta que abriga o tweeter. Esta nova corneta, com sistema Tractrix híbrido (90×90), é uma revolução para a espacialidade sonora e melhora significativamente a dispersão do palco sonoro, contribuindo para uma reprodução dinâmica mais correta e impactante.

Outro novo feature é a mudança feita nos dutos de respiro. Eles utilizam, nesta geração, um sistema Tractrix capaz de melhorar a entrada e saída de ar da caixa, resultando em graves mais profundos e precisos.   O tweeter também ganhou alguns incrementos, dessa vez, trabalhando dentro de uma suspensão de movimentação linear, capaz de reproduzir agudos mais limpos e com maiores extensões, deixando de lado a rispidez, mesmo quando tocado em volumes mais elevados.

Os famosos woofers de cobre, patenteados como Cerametallic, também ganham uma nova versão. Mais leves e resistentes, eles são montados com uma variação diferente de cobre. O resultado de todas essas tecnologias, combinadas ao novo gabinete de MDF com entrelaçamento mais forte, é um som renovado e mais dinâmico.

Quem já conhece a Klipsch sabe que os modelos de caixas do fabricante têm uma assinatura sônica peculiar, apresentando graves firmes, médios transparentes e agudos extensos. Nesta geração de caixas, tais características se mantêm, mas combinam-se a significativas melhorias.

A região médio-grave ganhou mais corpo, enquanto os graves adquiriram melhor extensão e profundidade. Os médios ficaram mais naturais e os agudos são mais controlados, mesmo em gravações “estridentes”. O impacto sonoro é uma característica latente das caixas da Klipsch, já que o fabricante trabalha com sensibilidades mais altas, permitindo, assim, um excelente rendimento sonoro, mesmo com amplificadores menos potentes.

A torre RP-260F vem equipada com dois woofers de 6,5” e tweeter de titânio de 1”. Sua sensibilidade é de 97dB, impedância de 8 ohms e potência recomendada de 125W. A caixa oferece possibilidade de bi-cablagem e bi-amplificação. O canal central RP-440C tem quatro woofers de 4” e tweeter de titânio de 1”. Sua sensibilidade também é de 97dB e possui impedância de 8 ohms. A potência recomendada admitida é de 150W.

O subwoofer R-110SW também tem woofer Cerametallic de 10”, duto frontal new Tractrix e amplificação digital de alta eficiência, que proporciona 450W de potência dinâmica. A caixa ainda possui entradas do tipo LFE e L/R. É possível eliminar o cabo de conexão entre o sub e o receiver, utilizando um kit de conexão wireless modelo WA-2 (vendido separadamente).

Performance

Ao receber e desembalar os produtos, já percebi que o acabamento era bem mais bonito que os modelos anteriormente testados. Outro diferencial evidente está na nova guia de ondas do tweeter, muito mais amplo. Deu para imaginar, antes mesmo de escutar, que o som se propagaria de forma mais extensa e linear.

As torres foram diretamente para o sistema estéreo. Eu não podia perder a oportunidade de fazer um teste A/B com minhas caixas. O canal central e o subwoofer foram para o sistema de home theater e ficaram na companhia de outros modelos de caixas que também haviam sido disponibilizadas para testes.

Como todos sabem, sou aficionado por música. Tenho uma coleção de CDs e vinis bem eclética, obviamente preservando sempre o bom gosto musical. Como estou em um momento nostálgico, decidi escolher alguns vinis de jazz e de rock progressivo para iniciar as análises das RP-260F.

É muito bom ouvir um disco de vinil bem gravado, pois a sensação é de naturalidade e conforto auditivo. A maioria dos amigos leitores que estão na minha faixa de idade (por volta dos 40) sabe do que estou falando. Crescemos em uma época diferente, na qual ainda existia o frenesi de ir correndo às lojas de discos adquirir os lançamentos do momento. Às vezes torrávamos nossas mesadas comprando discos!

As primeiras impressões das torres Klipsch em meu sistema estéreo foram muito boas. O som desta geração de caixas é mais aberto, fluido e nos traz a sensação de que a música sai definitivamente das caixas e preenche melhor o ambiente. No quesito “equilíbrio tonal”, posso afirmar que a extensão, nos extremos, melhorou quando comparada às gerações anteriormente testadas. Os graves têm maior extensão, sem deixar de serem embolados ou cansativos. Os agudos estão bem mais limpos e com maior amplitude de propagação, deixando os harmônicos fluírem melhor.

Quanto à região dos médios, senti uma melhora na desenvoltura. Os médios estão mais presentes e transparentes e dão uma sensação de maior conforto, principalmente em músicas nas quais a voz é predominante.         Algo que me fez pular no sofá foi o comportamento do palco sonoro. Graças à atual guia de ondas do tweeter, é possível obter um palco mais amplo nas laterais e com maior espacialidade frontal e traseira. Dependendo da gravação que você escuta, a sensação é a de que tudo fica mais tridimensional.

Pude notar, também, que as caixas se comportam bem com gravações mais ríspidas, principalmente em jazz com instrumentos de sopro mais dinâmicos. No disco de vinil clássico “Kindof Blue”, de Miles Davis, algumas passagens perdem toda a sua magnitude quando reproduzidas por caixas agressivas. Isso acontece porque trata-se de um disco com um dinâmica muito peculiar. Ora a música é mais intimista, ora mais visceral. Ao longo dessas mudanças, se a caixa acústica não for dinâmica e equilibrada, tudo vira uma gritaria só!

Aliás, falando em gritaria: ao escutar CDs com peças mais robustas em volumes mais elevados, notei que as RP-260F não dão o braço a torcer. Conseguem manter boa postura nos mais diversos estilos musicais, mostrando a música de forma íntegra, sem a típica estridência de caixas que utilizem corneta.

Finalmente, chegou a hora de testar o conjunto Klipsch no sistema de home theater. Há um velho ditado no mercado de áudio que diz: “se as caixas tocarem bem com música, tocarão mil vezes melhor com filmes.” Partindo da premissa de que a música bem gravada e executada é a “referência das referências”, o som de cinema, que é todo processado, tende a soar melhor, pois está mascarado por centenas de efeitos.

É justamente por isso que insisto em ouvir as caixas acústicas também no meu sistema estéreo, pois é bem ali que terei a noção se o produto é ou não de qualidade. Obviamente, nem preciso mais me preocupar com as Klipsch, pois já mostraram todo o seu poder com música. No entanto, aqui, temos mais um diferencial. Caixas acústicas de qualidade, quando ligadas a um sistema de home theater à altura, trazem algo superlativo à performance dos filmes.

Com o conjunto de caixas da Klipsch reproduzindo alguns filmes atuais e cheios de efeitos, a sensação que temos é a de que você se despede da “barulheira” e dá as boas-vindas à imersão sonora de uma boa sala de cinema. O canal central RP-440C é excelente. Sua capacidade de reproduzir os diálogos e sons principais da trilha é perfeito.

O subwoofer é um caso à parte. Eu havia testado outros modelos de sub do fabricante e sempre achei que todos tinham ótima integração, não só com modelos de caixas da Klipsch, mas com produtos de outros fabricantes. O novo sub mantém a assinatura sônica neutra e sinérgica, mas traz um plus na performance. Notei que sua desenvoltura é mais nervosa em filmes, trazendo impactos mais viscerais sem perder a compostura em momentos de “devastação” sonora.

Resumindo: com base nos mais de cinco filmes reproduzidos em Blu-ray, fora shows, séries e diversos outros conteúdos, posso afirmar que este conjunto de caixas é uma excelente escolha para quem almeja um sistema de áudio decente.

Só não se esqueça de escolher bons cabos, pois, ao longo de todos os testes, notei que as caixas são muito sensíveis à troca desses itens. Experimente cabos de cobre puro de alta qualidade e escolha fabricantes de renome. Tenho certeza de que sua experiência será ainda mais encantadora.

Conclusão

Impactantes, dinâmicas e com palco sonoro de primeira, estas caixas da Klipsch são um tsunami sonoro! Seja para audição de música mais intimista ou para filmes com trilhas complexas, o conjunto não faz restrição a nenhum estilo e nos coloca no centro dos acontecimentos.

Sem sombra de dúvidas, este conjunto é ideal para salas maiores, mas, quando bem alinhado e casado com um bom receiver ou amplificador, mesmo em salas com menor proporção o desempenho será incrível.

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