O filme Oppenheimer tem, como protagonista, o cientista de mesmo nome.

Uma das mais rentáveis cinebiografias de todos os tempos, Oppenheimer já está disponível em streaming

Imagine ser o criador da mais poderosa força desencadeada sobre a Terra, e de repente se dar conta de que sua “invenção” pode implicar no fim da raça humana? Esse é o conflito que está no cerne de uma das produções mais intrigantes e aclamadas de todos os tempos, e que também arrebatou sete Oscar na mais recente edição do Oscar (inclusive os de incluindo melhor filme, melhor direção, melhor ator e melhor ator coadjuvante). Esse grande sucesso do diretor Christopher Nolan já está disponível nas plataformas de streaming, inclusive no NOW, e merece uma visita, apesar de ter aproximadamente três horas de duração.

O filme Oppenheimer tem, como protagonista, o cientista de mesmo nome (brilhantemente interpretado por Cillian Murphy), que, durante a Segunda Guerra Mundial, desenvolveu o projeto da bomba atômica para os EUA. Genial, J. Robert Oppenheimer liderou uma equipe de outros especialistas na condução do ambicioso feito, culminado com as detonações de duas ogivas nucleares nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Foi então que a “ficha caiu” para o cientista, o qual se deu conta de que havia liberado sobre a Terra um monstro que jamais poderia ser contido.

PSICOLOGIA COMPLEXA

O filme, ao mesmo tempo em que mergulha nas especificidades técnicas do projeto para a manufatura da bomba atômica (de uma forma bem simples e acessível, para não confundir o espectador), também explora a psicologia complexa do personagem central, que era contraditório de várias formas. Ao mesmo tempo em que louvava a família, Oppenheimer era mulherengo e mantinha casos amorosos paralelos ao seu conturbado casamento.

Ainda, sua ambição era tão aguçada quanto sua consciência, uma vez que, finda a guerra – e com os EUA se preparando para dar continuidade ao programa nuclear, ampliando seu arsenal atômico –, tentou implantar uma política de uso racional da tecnologia devastadora que havia criado. Ele não teve sucesso nessa iniciativa e ainda foi perseguido pelo governo estadunidense, que se encarregou de afastá-lo das pesquisas envolvendo bombas nucleares.

Uma superprodução de época, o longa-metragem é inspirado no livro American Prometheus, biografia de Oppenheimer escrita por Kai Bird e Martin J. Sherwin. O filme é resultado de uma parceria entre a Syncopy Inc. e a Atlas Entertainment, tendo Nolan, Emma Thomas e Charles Roven como principais produtores. Lançada nos EUA em julho de 2023, a produção rapidamente se tornou um êxito de bilheteria e crítica, disputando com a comédia Barbie o pódio de filme mais popular e comentado do ano.

PERFECCIONISMO

Conhecido por outras contribuições importantes ao cinema comercial, como a trilogia Batman e a ficção científica Interestelar, o diretor Nolan tem um faro muito bom para escolher temas e atores. Dessa vez, o cineasta contou com a colaboração do talentoso Cillian Murphy, que já havia impressionado o público na pele do gângster Thomas Shelby, protagonista da série de TV Peaky Blinders. Um perfeccionista, Murphy se preparou para interpretar o pai da bomba atômica pesquisando a fundo a vida de Oppenheimer.

É importante destacar que, neste filme, o astro teve o amparo de um elenco repleto de “feras”, que deram o seu melhor vivendo os personagens coadjuvantes da trama. Em especial, Emily Blunt (que interpreta a esposa do cientista, Katherine Oppenheimer), Robert Downey Jr. (no papel do cientista Lewis Strauss) e Matt Damon, que brilha na pele de um militar obstinado e linha dura, mas leal a Oppenheimer e a seus princípios.

MODERNIDADE E NOSTALGIA

As filmagens foram iniciadas em fevereiro de 2022, com Hoyte van Hoytema assumindo o cargo de diretor de fotografia da superprodução. O longa-metragem utiliza uma combinação de filme de grande formato IMAX de 70mm e takes registrados em fotografia analógica, em preto e branco IMAX. Isso confere às cenas um apelo alternadamente moderno e nostálgico, ao mesmo tempo em que torna a narrativa visualmente estimulante.

Nos EUA e no Canadá, o filme estreou junto com Barbie, ocupando 3.610 salas de exibição em seu primeiro fim de semana. Ao render mais de US$ 30 milhões apenas no primeiro, a produção teve as estimativas traçadas para o seu primeiro fim de semana ampliadas para US$ 77 milhões. Eventualmente, o longa faturou exorbitantes US$ 80,5 milhões no primeiro final de semana nos EUA e Canadá (melhor que o antecipado), e outros US$ 93,7 milhões no resto do mundo, obtendo uma bilheteria global inicial de US$ 174,2 milhões de dólares. Em setembro do ano passado, Oppenheimer já havia superado a marca de US$ 850 milhões em bilheteria global, tornando-se o terceiro título mais lucrativo de 2023, atrás de Barbie e The Super Mario Bros. Movie.

O filme já pode ser considerado uma das cinebiografias mais rentáveis de todos os tempos, além de uma obra-prima moderna e ganhadora de diversos prêmios importantes. Se você não conferiu esse espetáculo cinematográfico nas salas de exibição, é hora de assisti-lo no conforto de casa. Acredite: as três horas de duração do longa valerão a pena!

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