Transformar o quarto em um ninho aconchegante

Arquiteta revela aspectos importantes que devem ser considerados na hora de definir os interiores dos dormitórios

Fotos Julia Novoa e Mariana Camargo

Você sabia que certos elementos da decoração podem influir de forma decisiva na qualidade do sono? Por essa razão – embora muita gente desconheça essa regra –, é muito importante considerar com sabedoria os elementos que irão compor os interiores dos dormitórios da casa.

Sem uma boa noite de sono e o merecido descanso, é muito difícil encarar com energia as tarefas caseiras e profissionais do dia seguinte. Utilizando a arquitetura e interiores a seu favor, é possível transformar os dormitórios em um ninho aconchegante, ideal para a recalibragem do organismo. A arquiteta Daniela Funari aposta nesse conceito e busca atribuir a essência e os elementos que caminham tanto para esse propósito de relaxamento, como para atribuir a estética do décor desejada pelos moradores.

AMBIENTE ESCURO

Um dos primeiros passos é assegurar que os dormitórios propiciem um ambiente escuro. Por isso, a arquiteta trabalha com uma vedação de qualidade nas janelas, evitando a entrada da luz exterior e para recobrir as esquadrias, ela conta com cortinas e persianas, inclusive aquelas com automação, que possibilitam o nível de proteção ao alcance da mão ou por meio de um aplicativo no celular.

As cortinas marcam presença em projetos de bom gosto com seus designs fluidos, leves e orgânicos. E mesmo em uma denotação mais clássica, as peças possuem inúmeras variações que auxiliam na concepção de cenários aprazíveis. Em sua constituição, é possível utilizar modelos produzidos a partir de tecidos naturais como linho, fazer a instalação de fora a fora na parede ou mesmo realizar um acabamento invisível com o cortineiro embutido no forro de gesso. Na paleta de cores, Daniela costuma priorizar os tons neutros.

Além da iluminação oriunda da janela, seja a solar ou a noturna dos postes, a profissional também destaca a interferência da luz azul proveniente dos equipamentos eletrônicos. “Para eliminar os pequenos pontos de luz da TV e do equipamento dos canais a cabo, temos duas possibilidades: ou os tiramos da tomada antes de dormir ou consideramos deixá-los fora do dormitório”, ensina a especialista.

No que se refere às persianas, Daniela dá preferência aos materiais sintéticos, que facilitam a limpeza. Para fortalecer o anseio por um quarto sem nenhuma entrada externa de luz, a tela solar é outro recurso possível e, para tanto, faz-se necessário um espaço no teto para a acomodação da persiana, uma vez que ela enrola para cima quando é aberta. Pensando em um ambiente completamente vedado, ela indica o tecido blackout que pode ser adotado tanto na persiana, como na cortina.

CORES

Os tons aplicados nos mobiliários, enxoval e revestimentos revelam uma ligação direta com o descanso. Por isso, as cores mais neutras e frias são as mais indicadas. Na arquitetura neural, o azul, verde, roxo, cinza e o branco, são muito bem-vindos no décor, que podem ser trabalhados em uma leitura cromática”, avalia a profissional.

Outra opção é investir em tons claros, mesmo que terrosos ou mais vibrantes, uma vez que as conhecidas candy colors possuem um efeito calmante e acalentador devido à baixa saturação. Assim, as composições cromáticas podem ser harmonizadas na cabeceira, marcenaria, itens de decoração e até acabamentos.

A arquiteta também afirma que, para obter a tão almejada sensação de conforto térmico, artigos como mantas, tapetes, almofadas e um enxoval mais robusto são fundamentais para os dias frios e deixam o dormitório mais aconchegante e convidativo.

LUZ

Resta, ainda, o tópico da iluminação. Proporcionada por abajures ou pendentes, a iluminação nas laterais da cama favorece a percepção de acolhimento – principalmente com o uso de luzes de tons quentes. Hoje, também é comum que as luzes centrais do quarto sejam comandadas por assistentes eletrônicas, pois esse aparato simplifica o ajuste de intensidade.

Essa automatização fica interessante para a criação de momentos que podem ser acionados pela diminuição progressiva da intensidade antes de dormir ou para ter o momento de leitura”, conclui Daniela Funari.

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