“Afinal: o que significam, na prática, números como: 5.1, 6.1 ou 7.1?”
Por Fernando Ramos
Como a maioria de nós já sabe (ou ouviu falar), no início da reprodução sonora usava-se apenas uma caixa acústica, posicionada à frente do ouvinte. Com a chegada do som estéreo começamos a utilizar duas caixas para uma melhor imagem sonora, que precisavam estar à frente do ouvinte e de maneira equidistante.
Com a evolução dos sistemas, hoje, nos habituamos a ouvir que determinado sistema de som é 5.1, 6.1 e assim por diante. Como se isso fosse necessariamente “melhor”. Na verdade, esses números representam a quantidade de canais que reproduzem o som. E não implicam que um sistema 7.1 seja necessariamente melhor que um 4.1 ou 4.0. Mas, afinal: o que significam esses números?
O primeiro deles, que fica antes do ponto, representa a quantidade de canais com informação musical significativa, ou seja: as frequências médias e agudas às quais o ouvido humano é mais sensível. Estas freqüências são identificadas por vibrações sonoras na faixa da fala humana, algo em torno de 300 a 1.000Hz.
O segundo número, que fica depois do ponto, se refere à quantidade de canais para reproduzir os sons graves, abaixo de 150Hz. Estes sons são reproduzidos pelas caixas maiores, que geralmente ficam no chão e que são comumente chamadas de “subwoofers” (ou simplesmente, para nós, brasileiros, de “subs”). Já há algum tempo, algumas marcas disponibilizam “subs” de teto ou de parede que ajudam muito na decoração e que oferecem ótimo desempenho.
O termo “woofer” indica os falantes maiores, capazes de reproduzir os graves. O adendo “sub” serve para enfatizar que o “subwoofer” está lá para reproduzir os graves ainda mais graves, somando qualidade aos sistemas.
Já que os graves são pouco direcionais – ou seja, o ouvido humano tem dificuldade para saber de que direção eles vêm, devido às faixas de frequência –, não importa muito “onde” está localizado o subwoofer, desde que a peça conte com ar livre ao seu redor, o qual vibrará e espalhará o som pelo ambiente. Sendo assim, em resumo, temos o seguinte:
Sistema 2.0: é o estéreo tradicional, onde há duas caixas acústicas que reproduzem todos os sons, do grave ao agudo.
Sistema 2.1: é o estéreo com subwoofer, no qual as caixas frontais reproduzem os graves altos a partir de 150Hz e o subwoofer reproduz os graves extremos, abaixo de 150Hz.
Sistemas 5.1, 6.1, 7.1,7.2: aumentam a ambientação dos sons, mas, em compensação, dificultam a decoração e exigem que os ouvintes fiquem postados bem ao centro do sistema, sob pena de perderem detalhes sonoros por estarem mais perto de alguns canais do que de outros. Os sistemas 5.1 têm um canal frontal encarregado de reproduzir os diálogos principais. No 6.1 há, também, um canal central traseiro. E no 7.1 há quatro sistemas traseiros e três frontais, além, é claro, do subwoofer (que funciona independentemente da posição dos ouvintes).
A imersão sonora proporcionada pelos sistemas a partir do 4.1 acabou sendo chamada de “som surround”, termo que também designa os sistemas de som com vários canais. Uma observação interessante é que os receivers, “corações” dos sistemas de home theater, podem ser até 7.1, 7.2 etc. Mas o usuário não é obrigado a utilizar todos estes canais. Tais equipamentos podem ser configurados para qualquer situação, desde o estéreo simples (2.0) até o 7.2, por exemplo, passando pelo 4.0, 4.1, 5.0, 5.1 e 6.0 e 6.1.
Considerando isto, o subwoofer nem sempre é necessário, principalmente nos sistemas com quatro ou dois canais. Por exemplo: se você tem quatro (ou duas) boas caixas acústicas de ótima qualidade, poderá perfeitamente utilizar um sistema 4.0 ou 2.0 e terá uma ambientação surround incrível, quase tão boa quanto a de um sistema 5.1 ou 6.1. Mas, aí, atingimos o ponto “X” da discussão, no qual “gosto não se discute” e cada um, com o seu próprio ouvido, chega a uma conclusão.
Abrasom!