Caminhamos para uma realidade em que a tecnologia será indissociável do cotidiano

Texto: Fabio Tucci

Foto: Shutterstock.com

A tecnologia está cada vez mais presente em nossas vidas, algo que ninguém pode contestar. Imagine-se por uma semana sem acesso à internet ou com o smartphone desligado: passar dias sem abrir um único aplicativo, não ler as mensagens recebidas pelo celular, não acessar as redes sociais, não utilizar o GPS ou, ainda, desconectar os serviços de streaming de música e filmes! Parece uma tarefa impossível, não?

Com o rápido avanço da IOT (Internet das Coisas / Internet of Things), vemos cada vez mais objetos se conectando para facilitar a vida do usuário. Por exemplo, os aparelhos já frequentemente usados pelas pessoas em seu dia-a-dia, como Smart TVs, lâmpadas inteligentes, sistemas de monitoramento por câmeras, utensílios de cozinha comandados à distância… Ou ainda, dispositivos para vestir, como os smartwatches, todos já atendendo às solicitações das pessoas e devidamente conectados à rede.

Eis mais algumas aplicações da tecnologia já implementadas em certos países: parquímetros inteligentes conectados em rede (que avisam os usuários onde estão as vagas disponíveis em uma rua) e termostatos conectados à fechadura da porta que reconhecem a entrada e a saída do morador, acionando e ajustando a temperatura desejada de acordo com a ocupação da casa. Todo esse conforto gera uma economia de energia e tempo para o usuário mais conectado, que se torna dependente da tecnologia, porém, de forma produtiva.

 Sequência de ações

Um sistema de automação residencial básico apresenta uma certa tecnologia a ser administrada: a partir de determinada programação, criam-se tarefas que disparam uma sequência de ações específicas combinadas. Por exemplo: ao ligar o home theater, as luzes se apagam, o ar-condicionado é acionado e as persianas descem. Também é possível ligar as luzes e o ar-condicionado remotamente, do seu carro, antes mesmo de chegar em casa. E estas são só algumas comodidades permitidas pelos sistemas automatizados da atualidade.

O uso constante e excessivo da tecnologia através de Wi-Fi e Bluetooth, assim como a chegada da Internet das Coisas, certamente tem prós e contras. Já existe o risco real, no caso do sistema de segurança de uma casa, apresentar uma falha no software ou ser invadido por hackers mal intencionados. Sem contar os possíveis e inevitáveis bugs das conexões de internet. Para quem não viu, recomendo o filme Ex Machina, do diretor britânico Alex Garland, que ganhou vários prêmios, incluindo Oscar de Efeitos Visuais. O longa-metragem aborda os temas da inteligência artificial e das casas “ultra” automatizadas.

O setor de tecnologia no Brasil cresce de 10% a 15% ao ano. A empregabilidade de profissionais altamente valorizados,  ligados à área de tecnologia (TI, Ciências da Computação etc.), é imediata. Porém, em todo o país, há um déficit de pessoal qualificado, neste momento. Por se tratar de um setor transversal, com pessoas de perfis de áreas e qualificações variadas, a profissão de Tecnologia da Informação (TI) ainda não é regulamentada (embora esteja caminhando para isso).

Serão necessários muitos “tecnólogos” para gerenciar infinitos objetos conectados, e que terão, como principal desafio, conseguir traduzir tudo isso em uma linguagem amigável para o usuário (que, por sua vez, não dispõe de tempo para se aprofundar no funcionamento de toda a tecnologia que o cerca atualmente).