Os novos desenvolvimentos da Inteligência Artificial devem ter, como objetivo, uma sociedade plural e heterogênea
Por José Assunção Rodrigues Junior Fotos Shutterstock.com
A tecnologia evolui e deveria refletir os desejos de uma sociedade que também evolui, porém, não na mesma velocidade. Os novos desenvolvimentos da IA – Inteligência Artificial devem ter, como objetivo, uma sociedade plural e heterogênea, contando com todas as particularidades que ela apresenta e as tendências apontadas por uma nova geração que vai usufruir desta nova tecnologia.
Uma das discussões mais importantes, há alguns anos, é a identidade de gênero dos assistentes virtuais. Isso mesmo, a possibilidade de escolha do seu assistente virtual ser uma voz de humana binária ou não binária, as respostas a perguntas sobre estes gêneros e o assédio a estes dispositivos virtuais.
Se as empresas que fornecem estes dispositivos as chamam de “assistentes virtuais”, as pessoas deveriam ter a possibilidade de escolher com querem “conversar”, ao invés de nomes e vozes femininas perpetuando estereótipos considerados misóginos das mulheres submissas e obedientes.
VOZES MASCULINAS
Como opção, alguns fabricantes já oferecem vozes masculinas, como é o caso do Google Assistant e a Cortana, porém o desenvolvimento da IA exige muito mais do que a simples opção de voz masculina; necessita de uma atenção especial dos desenvolvedores que, em sua maioria, são homens e não entendem as necessidades, termos e hábitos de outros gêneros, necessitando incluir a diversidade no trabalho dos desenvolvedores de IA.
Algumas empresas estão desenvolvendo IA sem gênero, procurando a neutralidade e escolhendo tons entre a voz masculina e feminina. Porém, este caminho não parece ser tão fácil, pois os assistentes pessoais têm que dar forma e personalidade além da voz.
Os equipamentos de hoje e do futuro baseados na IA devem refletir a pluralidade e a diversidade, aprender e ajudar a apoiar uma sociedade sem os preconceitos e vícios do passado, projetando o futuro com base na evolução da sociedade.
Não faz diferença se você acha que este assunto não tem relevância ou se é contra a discussão da identidade de gênero. Daqui a algumas décadas, sua geração será substituída por uma nova sociedade, onde este assunto terá muita relevância. Esta geração já nasceu. São seus filhos e netos, que darão segmento ao desenvolvimento da tecnologia e da sociedade.
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