Como escolher uma caixa acústica?
Como escolher uma caixa acústica?

O segredo da boa compra de uma caixa acústica está na pesquisa, nas oportunidades… e nos detalhes!

Aproveitando a deixa de uma turma que me cobra muito, falaremos novamente sobre caixas acústicas. Como escolher uma caixa acústica?

A maioria das pessoas pensa mais sobre o mundo do “Cinema em Casa”, o que inclui o Surround. Mas poucas vivenciam a realidade de poder investir alto nesses equipamentos. Então, meu foco será nesse tipo de compra, custo x benefício e informações importantes na hora de escolher e adquirir um produto do gênero. A seguir, listo alguns detalhes importantes aos quais você deve atentar na hora de montar um sistema de caixas.

VOICE MATCH

Assim chamamos a conjuntura em que todas as caixas acústicas de um sistema são iguais na reprodução sonora. É imprescindível que todas as caixas sejam da mesma marca, modelo e linha. Misturar marcas estraga a experiência com diferentes níveis de ganho (volume), discrepâncias nas frequências de resposta, impedância, materiais, enfim… em tudo! Sempre prefira comprar um sistema completo da mesma marca ou ir adquirindo aos poucos peças de sua marca preferida.

IMPEDÂNCIA

É o tipo de “carga” com que a caixa acústica trabalha. É importante ver se as impedâncias casam com a do seu receiver/amplificador, ou poderá haver queima ou danos no equipamento. As impedâncias mais comuns são 8 Ohms e 4 Ohms. Nunca misture caixas de 4 Ohms com caixas de 8 Ohms, por exemplo. Esta é uma carga que o amplificador não entende e pode haver queima. Amplificadores com alegados 100W de potência por canal em 8 Ohms terão 200W de potência em 4 Ohms, ou seja, a potência quase dobra na maioria dos casos. Então, é bom atentar a esse dado para não ligar uma caixa com diferentes impedâncias no sistema, já que a potência pode até duplicar e queimar tudo. Impedância não quer dizer qualidade!

POTÊNCIA

Nunca – nunca mesmo! – compre um receiver ou sistema pela denominação “Watts PMPO”, a qual, “carinhosamente”, eu chamo de “potência malandramente permitida aos ouvintes”. Trata-se de um número falso e irreal, que algumas empresas usam para vender “milagres” ao consumidor desavisado (ou àqueles que “acham” que entendem do assunto e que saem por aí ostentando a vantagem de se ter um som com 4 mil Watts PMPO. A medida de potência correta é RMS.

RENDIMENTO

Em toda caixa acústica, é calculado um volume de resposta em DB (Decibéis), que é feito da seguinte forma: amplifica-se a caixa acústica com 1W RMS de potência e um microfone de alinhamento especial é colocado a um metro da mesma. Toca-se um sinal de áudio. O som que sair da caixa com esse 1W gera um volume que é medido e estabelecido sempre a um metro da caixa. Então, a caixa acústica que diz ter rendimento de 92DB, com 1W RMS a 1 metro, possui mais rendimento. Ou seja: mais volume por Watt que uma caixa que diz ter 89DB, com 1W RMS a 1 metro. Na prática, podemos “empurrar” caixas grandes com pouca potência e ter o mesmo rendimento de volume, já que o produto tem um rendimento por Watt melhor ou maior. Caixas que dizem que aceitam, por exemplo, de 25 a 150W RMS terão o mesmo volume sonoro com qualquer potência nessa faixa especificada pelo fabricante. Isso é o rendimento: é como a faixa de torque de um motor.

MATERIAIS

O melhor material para a construção de caixas acústicas é a madeira. Nos sistemas mais baratos, encontramos apenas plástico ou acabamento de madeira. Fuja de caixas assim para home theater. No máximo, elas são aceitáveis para uso externo. E dá para encontrar caixas de madeira por preços mais acessíveis. Vários fabricantes oferecem produtos de madeira com bom custo x benefício. Procure, também, pelos melhores componentes (dentro do seu orçamento).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É impossível dar dicas de modelos e marcas sem saber qual é o orçamento disponível. Mas uma coisa é certa: empresas com um amplo histórico em produção de caixas acústicas se saem melhor do que outras que só fazem esses produtos para marcar presença no mercado. E ouvir é essencial! Recomendo que você escute um sistema superior àquele que pretende adquirir, para perceber (ou não) as diferenças, decidindo se isto pesará em sua decisão (às vezes, convém até esperar mais um pouco para comprar um sistema melhor). Outra dica é pesquisar as marcas antes de comprar. Algumas delas podem parecer muito elitistas e “fora da realidade”, mas talvez contem com linhas mais em conta… Pesquisa e oportunidade, eis o segredo de uma boa compra! 

Por Fernando Ramos