Especialistas falam sobre as vantagens de usar a cor, que é sinônimo de sobriedade e compõe facilmente com outros tons
Associado à elegância e sinônimo de sobriedade, o cinza é um tom que pode e deve ser adotado nos mobiliários se a intenção for apostar em um décor monocromático. A questão é: como fazê-lo sem deixar o ambiente muito sério?
As arquitetas Paula Passos e Danielle Dantas, do escritório Dantas & Passos Arquitetura, Carina Dal Fabbro, do escritório que leva seu nome, e o arquiteto Renan Altera, do Altera Arquitetura, têm algumas dicas que podem ajudar. Basicamente, o segredo é não exagerar, para que a exposição da cor propicie ares de um lugar gostoso, acolhedor e descontraído.
Harmonia perfeita
O cinza é uma cor neutra e, como tal, sua composição com outros tons não é uma tarefa complicada. Ele se integra de forma bastante harmônica com os amadeirados e tons quentes, variando de acordo com o ambiente e a decoração.
Em uma cozinha clássica, cores como o preto, branco ou bege são ótimas escolhas que contribuem para projetos repletos de personalidade. Integrado com a madeira, o resultado caminha para um ambiente equilibrado.
“Entre suas características, o cinza tem a capacidade de enaltecer as cores que o acompanham, destacando principalmente os tons amadeirados”, destaca Carina Dal Fabbro.
Combinação de cores
O cinza também pode ser combinado a cores mais vibrantes (como o laranja, verde e amarelo) em ambientes com uma proposta mais descontraída.
Já quem gosta da essência escandinava e clean tem a possibilidade de associar o cinza com madeiras mais claras e tons pastel, enquanto, no industrial, o décor pode contemplar pitadas de preto e o quente do terracota, muitas vezes presente em elementos com o tijolinho aparente.
Acabamento ideal
Junto com a decisão pelo cinza, o acabamento da marcenaria é outro ponto relevante a ser considerado. Este deve ser resistente e prático, correspondendo à típica rotina de uma cozinha.
Segundo os especialistas, o cinza pode marcar presença em laminados, painéis de BP, melamínicos, laca ou MDF revestido em tons mais escuros (grafite) ou claro (cristal) – muito indicados para cozinhas em função de sua solidez.
“Para quem deseja destacar o armário com uma base cinza, a laca brilhante se configura como uma excelente opção”, destaca a arquiteta Carina. “O acabamento propicia fácil limpeza e visualmente chama bastante atenção, dando um ar ainda mais primoroso ao cômodo”.
Decoração planejada
Já no que diz respeito à decoração de uma cozinha predominantemente cinza, o arquiteto Renan Altera, do escritório Altera Arquitetura, recomenda objetos como utensílios amadeirados, bandejas, plantas ou mini horta, porta temperos, pratos decorativos, cantinho do café, fruteiras, tapetes e itens de vidro.
“Independentemente do objeto decorativo, gosto bastante de trabalhar com o contraponto de cor”, acrescenta a arquiteta Carina Dal Fabbro. “Itens de madeira, brancos, verdes e vermelhos são os meus favoritos em uma base cinza”.
Luzes frias e quentes
A iluminação também terá um impacto fundamental no resultado final do projeto e, por isso, deve ser muito bem pensada. Na cozinha, a iluminação pode ser associada com uma mescla de luzes frias e quentes. Enquanto a fria evoca o contraste e é mais indicada em áreas de preparo, a luz quente emana aconchego, se configurando como a escolha acertada para as áreas de refeições.
“Em cozinhas com armários ou base toda cinza, a luz pode ser absorvida pelos materiais mais escuros”, explica Danielle Dantas, do escritório Dantas & Passos Arquitetura. “Assim, sempre avaliamos o projeto como um todo para que o ambiente não fique escuro. É recomendável buscar lâmpadas com alto IRC (Índice de Reprodução de Cor) para que a cor dos alimentos não seja alterada”.
Outra vantagem do uso do cinza em ambientes de cozinha é que esta cor, diferentemente do branco e do bege, evidencia a sujeira em uma escala menor (eventuais manchas, por exemplo, demoram mais para serem percebidas).
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