Desde que foi lançado, ChatGPT conquistou milhões de usuários ativos, mas ainda não proporciona 100% de precisão
Lançado em novembro do ano passado, o ChatGPT (sigla para chat generative pre-trained transformer) já conquistou a marca de 100 milhões de usuários, deixando para trás plataformas como Instagram e TikTok, que demoraram muito mais tempo para conquistar essa popularidade.
A tecnologia foi criada pela empresa OpenAI e se utiliza de técnicas de deep learning para fornecer respostas humanizadas aos usuários. Estima-se que o vocabulário da plataforma contenha 10 bilhões de palavras em vários idiomas. No setor de tecnologia, o que se discute atualmente é: de que forma a ferramenta poderá auxiliar os desenvolvedores web?
Atendimento ao cliente
“Além de melhorar o atendimento ao cliente e fazer pesquisas extremamente rápidas, o ChatGPT pode escrever códigos em linguagens de programação como Python, JavaScript, Java e outras menos utilizadas pelas empresas no Brasil”, opina Alexandre Tibechrani, General Manager da Ironhack, referência global em ensino de tecnologia, para quem o recurso oferece grandes possibilidades aos programadores. “Ou seja, a ferramenta é capaz de ajudar o desenvolvedor tanto no debugging, no resumo de informações e na resolução de problemas, como construindo um site com uma única solicitação”.
A questão é que, embora ofereça essas vantagens, a plataforma não tem 100% de precisão e nem sempre é capaz de atender a todos os possíveis usuários ao mesmo tempo, já que muitos dos seus dados são básicos. Com isso, o chatbot não tem a capacidade de desenvolver um código complexo, como de um site bancário, ou garantir que não haverá bugs e será totalmente seguro, de fácil manutenção e bem documentado.
Criatividade e lógica
Tibechrani acredita que uma realidade na qual o ChatGPT consiga construir a estrutura de um programa e aplicar alterações ainda está muito distante. Ele acrescenta que programadores novos podem ficar tentados a usar o ChatGPT para fazer o básico, mas o desenvolvimento para web se baseia muito em criatividade aplicada a lógica. “Mesmo com a expansão da tecnologia, ele nunca poderá pensar por si só e entender emoções humanas profundas, experiências pessoais ou contextos comerciais”, destaca o especialista.
Assim, Tibechrani acredita que esse novo recurso deve ser utilizado como um complemento para o setor de tecnologia, inclusive na criação de novas funções, como especialistas em IA. “Com sua expansão e melhoria, a expectativa é que a plataforma cuide de tarefas mecânicas e automatize processos e aqueça o mercado ao deixar os colaboradores com funções estratégicas e complexas, gerando produtos e serviços inovadores em um período menor de tempo”, conclui o executivo.