Cada propriedade ou usuário tem necessidades específicas no que diz respeito à automação residencial. Assim, além de cuidadoso, o planejamento desses sistemas deve ser feito em caráter personalizado
Por José Assunção Rodrigues Junior
Seguindo o caminho anteriormente percorrido pelos sistemas de automação predial, os de automação residencial, também conhecidos como “domóticos”, começam a atingir a maturidade.
Soluções com protocolos abertos, seguindo normas internacionais e com dispositivos e equipamentos de vários fabricantes que “falam” a mesma língua, já estão disponíveis para este nicho de mercado. Tais características oferecem maior confiabilidade e segurança para quem instala sistemas de automação residencial ou adquire uma casa já dotada desta conveniência. A existência de vários fabricantes utilizando um mesmo protocolo garante a continuidade do processo evolutivo do sistema, assim como as pesquisas de novos dispositivos e as facilidades de integração e interação com o usuário, baseadas na infraestrutura existente.
A partir desta “evolução”, hoje, podemos propor um novo modelo de instalação residencial – mais moderno e compatível com as necessidades atuais e futuras de uma residência. Apesar do aprimoramento tecnológico dos eletrodomésticos e equipamentos residenciais, a instalação elétrica convencional vem sendo executada, há mais de 100 anos, praticamente da mesma forma. Lembre-se de que, embora Thomas Alva Edson tenha inventado a lâmpada elétrica em 1879, só por volta de 1920 é que as casas passaram a ter tomadas elétricas, bem como seus primeiros eletrodomésticos.
Antigamente, um único ponto de iluminação e uma tomada em cada ambiente já atendiam às necessidades. Hoje, as residências possuem modernos sistemas de iluminação e diversos equipamentos e eletrodomésticos que oferecem conforto, segurança e entretenimento.
EXIGÊNCIAS MODERNAS
A instalação elétrica convencional tem pouca ou nenhuma flexibilidade para se adaptar às novas residências, assim como à constante evolução da tecnologia dos equipamentos e às necessidades atuais e futuras da sociedade. Um bom exemplo de “necessidade” moderna é o entretenimento. Há alguns anos, para assistir a um bom filme, tínhamos que enfrentar enormes filas nos cinemas. Hoje, os home theaters residenciais são uma ótima alternativa para quem quer a comodidade de assistir a um bom filme em casa, junto com a família ou com os amigos.
Sofisticados projetos de iluminação também refletem a evolução das necessidades dos ambientes de uma residência. E o que era apenas uma necessidade passou, também, a ser um importante item de decoração na ambientação interna e externa das casas ou apartamentos. Outro item que se tornou fundamental nos projetos é a segurança, tanto para sistemas antiintrusão como, também, alarmes técnicos.
Além destes sistemas, podemos destacar osv de distribuição de áudio e vídeo, aquecimento central de água, aspiração central e reutilização de água. Eles são instalados de forma independente e não interagem entre si, demandando uma infinidade de cabos, infraestruturas dedicadas, vários controles-remotos e espelhos de paredes com pulsadores, teclas, touch screen e dispositivos de segurança sem fio.
Se olharmos para uma casa com os vários sistemas instalados de forma convencional, notaremos inúmeras caixas de parede sem nenhuma característica estética ou funcional. São caixas com os dispositivos das instalações elétricas, caixas 4X2 verticais para interruptores, caixas horizontais para tomadas, caixas 4X4 para tomadas de TV, key pads para automação, tomadas de aspiração central, controles da distribuição de áudio e vídeo… E cada uma dessas peças tem seu próprio acabamento e tipo de acionamento!
Por conta dessas necessidades contemporâneas, se faz necessário, ainda, um novo modelo de instalação residencial, que integre todos os sistemas residenciais em um só sistema, possibilitando a integração e interação de todos – e destes, com o usuário.
A automação domótica tem, por principal objetivo, facilitar as tarefas do dia a dia, trazendo conforto, segurança, confiabilidade e simplicidade de operação e interatividade com o usuário. É preciso lembrar que, em uma residência, não devemos excluir ninguém dos benefícios proporcionados pela automação. E nem oferecer cursos de “pós-graduação” ou memorização dos números de toques no pulsador que acendem uma luz ou abrem uma persiana.
Os novos sistemas automatizados foram criados para substituir a instalação elétrica convencional, com inúmeras vantagens. É o caso do sistema BUS, em que a “inteligência” é distribuída nos dispositivos. Isto quer dizer que, em caso de falhas, é possível deixar apenas um circuito de iluminação desligado, enquanto o restante continua funcionando.
Com um único cabo partindo de um ou mais quadros, chegando a todas as caixas de paredes (onde estariam os interruptores convencionais), a instalação pode ser feita de uma única vez ou em etapas, convivendo a automação com as soluções convencionais até a necessidade (ou disponibilidade) do proprietário em migrar de vez para a automação.
AUTOANÁLISE
Outra importante facilidade que o sistema baseado no BUS oferece é a possibilidade do próprio usuário programar suas funções, sem, com isto, arriscar-se a afetar a programação das funções básicas do sistema. Este também permite detectar possíveis falhas com uma função de diagnóstico na central; ela avalia todos os dispositivos e identifica erros ou mau funcionamento em certos dispositivos.
E não podemos esquecer da questão estética! Afinal, os dispositivos serão instalados nas paredes dos ambientes. Quando pensamos no acabamento interno de uma residência, pensamos nos mínimos detalhes e temos que levar em consideração os acabamentos dos dispositivos instalados (que, possivelmente, estarão em lugares bem visíveis).
Com este universo de novos equipamentos e sistemas residenciais, é inevitável o aumento do consumo de energia. Mas o sistema de automação possibilita o gerenciamento deste consumo, não permitindo que o mesmo ultrapasse um valor previamente estabelecido. A tarefa é feita de forma automática, sem a necessidade de qualquer comando ou monitoramento por parte do morador. Todas as funções do sistema podem ser programadas e reprogramadas com facilidade, atendendo a quaisquer requisições dos usuários. O sistema BUS se aplica às novas construções e, também, em retrofits, por sua simplicidade de implantação. É um sistema robusto, seguro e confiável.
Uma casa deve ser pensada e projetada para receber a automação. Os projetos de instalações e complementares devem ser pensados para incorporarem esta conveniência. Portanto, é necessário que, cada vez mais, arquitetos e projetistas trabalhem conjunta e coordenadamente, para que o objetivo e os resultados da integração dos sistemas sejam alcançados da melhor forma, promovendo uma autêntica sinergia.
Outro fator importante para o melhor desempenho e os benefícios da automação passa, necessariamente, pela qualidade dos serviços e o profissionalismo do instalador. Afinal, ninguém quer “comprar” uma dor de cabeça!
É necessário que os instaladores sejam especialistas e que se profissionalizem, oferecendo melhores serviços e assistência, além de soluções para as diversas necessidades de cada projeto e usuário. Enfim: a integração dos sistemas residenciais já é uma realidade!
