Embora muitos empreendimentos sejam anunciados como “prontos para a automação”, é bom consultar um especialista antes de fechar negócio
Em virtude do crescimento do mercado de sistemas de automação residencial (alavancado, principalmente, pelo lançamento de sistemas mais simples e acessíveis) e do conceito da Internet das Coisas, vimos a necessidade e a procura por projetos de infraestrutura aumentar – principalmente, por parte das construtoras e grandes incorporadoras. A ideia principal para os novos empreendimentos é lançar imóveis “preparados para a automação”.
Porém, o que tem acontecido com frequência é o cliente comprar o imóvel “preparado para automação” e receber um imóvel “despreparado para a automação”. E esta constatação só é feita quando uma empresa é contratada para instalar o sistema e se dá conta de precisará executar retrabalhos ou adaptações, ou que a infraestrutura existente não permite a implantação da solução almejada. Na maioria das vezes, a incorporadora ou construtora contrata uma empresa de engenharia elétrica e compra o “pacote” de projetos, ou seja, todos os sistemas necessários para o devido empreendimento. E é aí que começam os problemas.
ORIENTAÇÃO
Os projetos geralmente apresentam apenas os “pontos” de automação – o que, para um leigo, pode representar uma infraestrutura adequada para que o cliente escolha e instale o sistema mais indicado às suas necessidades, o que é puro engano. O que a maioria dos profissionais envolvidos nestes empreendimentos desconhece é que tais projetos requerem a orientação de especialistas, por mais simples que seja o imóvel. Muitas perguntas devem ser feitas – e muitas respostas devem ser apresentadas.
Conceitualmente, não existe um projeto de infraestrutura genérico (que facilite a implantação de qualquer sistema) em virtude da quantidade e diversidade de sistemas existentes no mercado. Muitas variáveis devem ser levadas em conta na escolha da melhor solução para atender a um determinado projeto, desde a característica do imóvel, tecnologia, facilidades que proporciona, a integração necessária e, principalmente, o preço que o cliente quer pagar por tudo isso.
No que se refere ao preço, um exemplo: até determinado número de circuitos a serem comandados, um tipo de sistema simples é mais barato do que outros; porém, se for extrapolado este limite de circuitos, o custo poderá ser maior que os dos sistemas mais sofisticados (daí a necessidade de uma orientação profissional). No caso da automação residencial, um conselho: tome cuidado em suas escolhas, pois o “barato” pode sair “caro”. Outro problema dos projetos de infraestrutura é a falta de detalhamento necessário, o que gera muitas dúvidas e erros na fase da execução e, consequentemente, uma maior dificuldade na implantação dos sistemas.
A melhor estratégia é oferecer o imóvel com o sistema de iluminação implantado e a possibilidade deste mesmo sistema atender a outras necessidades conforme a conveniência do cliente; ou estabelecer uma infraestrutura e eleger os sistemas que podem ser implantados com a infraestrutura existente.
Lembre-se: esta especialidade de projeto também se aplica a sistemas de áudio e vídeo e redes Wi-Fi, necessários a praticamente todos os empreendimentos atuais e futuros. Se um imóvel for vendido como “preparado para automação” (ou qualquer outro sistema que envolva novas tecnologias), procure um especialista da área antes de investir em uma infraestrutura desnecessária e inútil.
*Por José Assunção Rodrigues Junior / Fotos Shutterstock.com