Plataforma empoderou jovens entre 10 e 25 anos (geração Z) que, hoje, tem legiões de seguidores na internet
Fotos Shutterstock.com (por Van dii) e Divulgação
No mundo plural e cheio de janelas audiovisuais em que vivemos hoje, você pode ser uma pessoa famosa sem saber cantar, atuar ou sequer ter completado 15 anos de idade. Que o digam os astros e estrelas do TikTok, que possuem legiões de seguidores e até faturam alto com seus conteúdos digitais.
Números coletados pelo Data Report em janeiro deste ano mostraram que o TikTok conta com mais 600 milhões de usuários, apelando especialmente à Geração Z, que, de maneira intuitiva, cria vídeos com challenges, dublagem e encontram a forma certa para viralizar na plataforma. De olho na representatividade desses jovens talentos, grandes marcas passaram a acompanhar seu sucesso na internet.
Capacitando novos talentos
Fundador da Trope (aceleradora de influência da geração Z), Luiz Menezes, de apenas 21 anos, afirma que o fenômeno ocorre em uma época em que os jovens não querem estar no mesmo “local” em que os pais, o que tem influenciado o comportamento dos nativos digitais.
“O TikTok propõe a conexão entre pessoas que possuem interesses em comum aos seus, gera identificação e sensação de pertencimento a uma comunidade”, afirma Luiz. “Um TikToker consegue criar autoridade dentro da sua comunidade, mas quando é descontextualizado da sua ‘bolha’, perde força”.
Foi com o objetivo de impulsionar esses jovens talentos na Web que surgiu a Trope, que também os ajuda a crescer na internet de forma sustentável, já que não agencia creators, mas sim, investe em sua capacitação para que possam faturar na chamada “economia de influência”.
Após cinco anos atuando no mercado de comunicação e eventos, Luiz Menezes percebeu que pautas como a diversidade ganhavam cada vez mais espaço, devido à horizontalidade da internet. “Compreendo que todos podem e devem ter voz e daí vem a necessidade de reinvenção”, prossegue o empreendedor. “É cada vez mais importante estabelecer times multigeracionais nas empresas que vão permitir a cocriação de narrativas que representem a essência de diferentes pessoas e idades”.
Reconhecimento na internet
A princípio focado em dublagens, o aplicativo Musically trocou de nome em 2018, em razão da aquisição da desenvolvedora por outra empresa, que fundiu o aplicativo de dublagens a outro similar que se chamava TikTok. Então, alguns usuários começaram a usar a plataforma para se divertir, até o momento em que viralizaram.
Especializada em conteúdos de maquiagem, por exemplo, Talita Akemy ficou surpresa com a enorme repercussão alcançada por um conteúdo 3D que produziu. Ela nunca havia imaginado que poderia conquistar tantos seguidores apenas mostrando o próprio trabalho na internet. “Hoje em dia continuo fazendo o que eu mais amo e sendo reconhecida por isso, e estou sempre atenta às tendências e criando conteúdos diferentes”, completa Talita.
Ju Muniz também deu início à sua trajetória vitoriosa no Musically. “Nunca imaginei que chegaria a ter um milhão de seguidores e tantas pessoas me acompanhando”, afirma. “Meu processo criativo é uma mistura. Varia de acordo com o que eu vejo de inspiração e tendência junto ao que o público se interessa e com o que gosto de fazer e divulgar”.
Dentista Musical
Simone Cesar, Dentista Musical, não faz parte da Geração Z, mas tem grande apreço por música e usa a criatividade para interagir com seus pacientes (em sua maioria, crianças e adolescentes).
“Não apenas essa plataforma, mas o YouTube me dá a liberdade de criar e chama a atenção dos meus pacientes, sim”, garante. “Os pais ficam tranquilos em trazer os filhos aqui, pois sabem que temos as ferramentas para ‘driblar o medo da consulta’ e uma das recompensas é a gravação do vídeo para a plataforma”.
Streamer de 23 anos, Diana Zambrozuski começou a formar seu público no Facebook e no Instagram, mas depois experimentou o TikTok e ficou viciada na plataforma. Para ela, o TikTok permite a qualquer pessoa criar conteúdos, o que faz uma enorme diferença.
“Ao contrário de outras redes, no TikTok, se você fizer um conteúdo distante da realidade que qualquer um pode fazer, você pode acabar não tendo sucesso”, opina Diana. “O pessoal lá valoriza muito a identificação, e isso é um fenômeno muito legal”.