Sangue, suor e drama: série Vikings é um drama de época.

Um grande sucesso da TV, série Vikings está de volta na programação do Canal History

Dez anos atrás, uma série de ação inspirada em fatos históricos fez a cabeça do grande público, tornando-se um marco da telinha. Era uma saga repleta de assassinatos, conchavos, violência e espadas sujas de sangue, ambientada em um mundo primitivo no qual os protagonistas não mediam esforços na busca pelo poder. Não, não estamos falando de Game of Thrones, a outra série de capa e espada que monopolizou as atenções do público na mesma época, mas sim, de Vikings, um drama de época criado por Michael Hirst para o Canal History.

A trama explora a trajetória do lendário Ragnar Lodbork (interpretado por Travis Fimmel) e outros guerreiros nórdicos em sua sanha de conquistar cada vez mais territórios na era medieval. E para isso, eles não medem esforços ou respeitam qualquer escrúpulo. Obstinados e violentos, os personagens são anti-heróis cheios de vícios e defeitos, mas, no contexto da época em que vivem, sua barbárie, se não tolerável, é ao menos compreensível.

O enredo se baseou livremente nas sagas lendárias nórdicas, que misturavam realidade e ficção e provavelmente foram escritas entre 200 e 400 anos após os eventos que relatam. Assim, não é possível saber o quanto há de fato e fantasia na trama de Vikings, o que, inclusive, colocou a atração na mira dos acadêmicos, que condenaram as “licenças poéticas” dos roteiros.

LIBERDADES CRIATIVAS

Um dos principais “erros” históricos, segundo os especialistas, foi sugerir que a sociedade dos vikings era autocrática, e não democrática. Da mesma forma, houve quem afirmasse que, diferentemente do que se vê na série, eles não costumavam aplicar a pena de morte em criminosos (mesmo quando estes cometiam crimes hediondos), preferindo banir o acusado de seu convívio.

Também foram criticadas as vestes dos personagens, que, segundo alguns historiadores, não correspondiam às vestimentas que os verdadeiros vikings usavam em seu dia-a-dia. Tudo isso, é claro, é um pouco irrelevante, já que se trata de uma série destinada ao entretenimento, e não de uma obra com caráter documental. São justamente as licenças poéticas que tornam o assunto interessante para espectadores que não são versados em história e que simplesmente querem se divertir assistindo a uma trama emocionante.

Inclusive, em resposta a essas críticas, o produtor Michael Hirst comentou: “Tive que tomar liberdades com Vikings, porque ninguém sabe ao certo o que aconteceu na Idade das Trevas. Queremos que as pessoas assistam à série. Um relato histórico dos vikings atingiria centenas, talvez milhares, de pessoas. Nós temos que atingir milhões”. Quem não entende a lógica defendida pelo criador da série simplesmente não entende o que é Cultura Pop.

Além do mais, apesar de suas discrepâncias históricas, a série – por ser muito bem feita e mesclar aventura, suspense e romance na medida certa – acabou despertando o interesse de muitos espectadores para os vikings reais, algo que acaba favorecendo os próprios historiadores. Portanto, nossa dica é que você simplesmente relaxe no sofá e saboreie as reviravoltas e momentos tensos dessa saga televisiva que, uma década após sua realização, mantém todos os atributos que fizeram dela um enorme sucesso de público no passado.

BATALHAS E CONFLITOS

E quando dizemos que a série foi um sucesso, não estamos exagerando. A Nielsen Ratings aferiu que, apenas em seu episódio de estreia, Vikings foi assistida por aproximadamente seis milhões de espectadores norte-americanos. Outro dado impressionante é que a produção tinha um apelo muito amplo, já que era líder de audiência junto à faixa de espectadores entre 18 e 49 anos de idade.

No Canadá, 1.1 milhão de pessoas prestigiaram a estreia da série, que arrebatou legiões de fãs naquele país. E no Brasil, Vikings também ganhou muita popularidade, sendo muito prestigiada tanto nas estreias como nas reprises dos episódios.

As filmagens da série foram iniciadas em julho de 2012, nos Ashford Studios, na Irlanda. Porém, a produção também exigiu muitas sequências gravadas em locação (70% da primeira temporada foi captada ao ar-livre), em lugares como Luggala, nas montanhas Wicklow. Outras cenas foram rodadas em locais muito fotogênicos da Noruega.

O êxito da série não demorou a se comprovar e, em abril de 2013, o History divulgou que Vikings teria uma segunda temporada. Nos novos episódios, o público viu Ragnar às voltas com sérios conflitos familiares, além de batalhas épicas, e personagens secundários ganharam mais destaque, enriquecendo o conteúdo dramático da atração.

Se você ainda não assistiu a esta série cativante, com valores de produção e roteiros muito mais caprichados que os da maioria dos títulos atualmente encontrados nas plataformas de streaming, fica o convite para adentrar o mundo perigoso e surpreende de Vikings. Nosso único alerta é: estejam preparados para tudo!

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