Um dos primeiros heróis de ação de que se tem notícia, o “Homem-Macaco” foi “repaginado” em A Lenda de Tarzan

Texto: Eduardo Torelli

Foto: Divulgação

Para bem e para mal, o cinema aprendeu uma lição: em caso de escassez de novas ideias, faça um remake. E se der para “turbinar” um pouco o original, adicionando-lhe novos efeitos e um discurso mais contemporâneo, próprio das gerações que, hoje,pagam pelos ingressos, ainda melhor. Os realizadores de A Lenda de Tarzan seguiram à risca essa fórmula, repaginando o universo ficcional do ilustre “Homem Macaco” criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs em 1912. O resultado é uma aventura com pique moderno, mas que bebe inspiração na mitologia do icônico personagem (tanto nos livros escritos por Burroughs como em outras versões cinematográficas anteriores).

Antes de A Lenda de Tarzan, a versão mais “moderninha” das estripulias do Homem-Macaco fora Greystoke (1984), um excelente drama dirigido por Hugh Hudson e estrelado por Christophe Lambert. Mais centrado nos dramas do personagem que em suas qualidades heroicas, o filme mostrava Tarzan como um homem dividido entre a selva e a civilização. Isto porque, depois de ser “adotado” por um clã de chimpanzés em criança, ele era levado para a Inglaterra, onde a nobreza local tentava “culturizá-lo”. Sem dúvida, era uma abordagem muito mais sofisticada do mito no cinema em comparação aos primeiros filmes sobre Tarzan produzidos no início do século passado e estrelados por Johnny Weissmuller(que, apesar de charmosos, se limitavam a mostrar o mocinho interagindo com a bela Jane e combatendo vilões que ameaçavam a floresta).

 MEIO-TERMO

Esta recente versão é um meio-termo entre a proposta de Greystoke e os Tarzans clássicos, já que, apesar de ter um pano de fundo antropológico e histórico, o filme se espelha um pouco nos modernos épicos da Marvel e da DC para mostrar os feitos do Homem-Macaco. Até Samuel L. Jackson (mais famoso por interpretar o chefão da organização SHIELD nas aventuras do Homem de Ferro, Capitão América e congêneres) está em A Lenda de Tarzan, que também abusa de cenas feitas à base de “tela verde” e toneladas de efeitos digitais inseridos na pós-produção. O visual, portanto, é de “encher os olhos”.

Quando o filme começa, vemos Tarzan (Alexander Skarsgard) já casado com Jane Porter (Margot Robbie) e vivendo em Londres, onde ostenta o título de John Clayton III, Lorde Greystoke. Anos se passaram desde que ele deixou as selvas da África, local em que cresceu e onde estão suas mais vívidas memórias. Convidado para regressar ao Congo como emissário do Parlamento, Lorde Greystoke se verá obrigado a utilizar novamente suas habilidades de sobrevivente, combatendo a ganância e a crueldade dos homens civilizados em uma grande aventura.

ROTEIRO “CATIVANTE”

A direção de A Lenda de Tarzan ficou a cargo de um veterano da série Harry Potter: David Yates, que assinouquatro longas-metragens com o famoso bruxinho. O realizador afirmou que, depois dessa experiência, sonhava com outro projeto cinematográfico de grande porte. A resposta a essa ambição foi o novo filme de Tarzan, que, segundo o cineasta, propunha uma abordagem inteiramente nova do herói, assim como de seu curioso universo.

Esse entusiasmo é partilhado pelo astro do filme, Alexander Skarsgard, que se encantou com o projeto assim que leu o roteiro. Skarsgard detectou, na história, toda a excitação e adrenalina que o público de hoje quer ver em um filme de ação, além de personagens críveis e tridimensionais que se relacionavam de maneira interessante – o que, sob a óptica de um ator, muitas vezes é determinante para aceitar ou não um papel. “O script realmente me cativou”, disse o astro.

Confira o trailer: