LARES PARA A MELHOR IDADE

Soluções como aumento de portas e pisos antiderrapantes são bem-vindas em ambientes usados por pessoas da Terceira Idade

Mais do que ter estilo ou ser agradável aos olhos, nossos lares devem ser acolhedores, confortáveis seguros e capazes de atender a todas as necessidades das pessoas, independentemente de suas idades.

Segundo Patricia Melasso Garcia, professora do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Distrito Federal – UDF (instituição pertencente ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional), o ideal que é que os ambientes sejam adaptados a quem neles vive nos quesitos: acessibilidade, conforto, facilidade de deslocamentos e segurança.

DESENHO UNIVERSAL

“Um cômodo direcionado para idosos, salvo em condições em que a norma estabeleça regramentos próprios em função do uso, deve incluir todas as idades”, afirma Patricia. “É o que chamamos de ‘desenho universal’. Em outras palavras, a arquitetura deve ser inclusiva e adaptar-se a todas as gerações”.

A especialista cita, como exemplo, os bancos das praças. Eles devem oferecer as mesmas condições de uso tanto para uma criança como para alguém com mais idade. Assim como uma faixa de calçada deve permitir que um cadeirante se locomova da mesma forma que uma pessoa obesa ou com limitações à mobilidade.

“É de extrema importância que haja boa acessibilidade, como uso de rampas e leves inclinações nos passeios e deslocamentos”, prossegue Patricia. “Assim como portas e espaços que permitam o giro de uma cadeira de rodas e mobiliário de altura acessível à condição do usuário. Sinalização visual em tamanho grande também é importante, como torneiras e registros com movimentação simples para abertura e fechamento.” 

PISOS, MOBÍLIAS E CORES

Para evitar o deslizamento dos pés, boas apostas são os pisos antiderrapantes e sem desníveis. Da mesma forma, o ideal é aderir a portas com soleiras inclinadas, e não degraus, além de janelas e guarda-corpo mais altos, que impeçam a queda. Corrimãos duplos, em alturas suficientes para a boa empunhadura, também são opções acertadas. 

No que se refere ao conforto, a professora sugere espaços com possibilidade de alteração de temperatura, a depender da necessidade do idoso. “Se possível, quartos que permitam camas para assistência física e médica”, complementa a docente. “O local estar arejado, iluminado, revestido e com cores estimulantes faz toda a diferença, além de armários e gavetas suspensos na altura do tronco, para que o idoso não se abaixe ao pegar objetos”.

Outras soluções indicadas para pessoas idosas incluem: aumento de portas de salas, quartos e banheiros; aumento da largura dos boxes; inversão do sentido das portas para fora; substituição da banheira por assentos ou cadeiras de banhos nos boxes; e instalação de pequenas rampas junto a degraus e escadas ou elevadores pequenos (quando a residência permite).

É claro que, ao implementar essas sugestões, será preciso arcar com eventuais ônus financeiros. Patricia explica que alguns itens do projeto poderão custar mais caro. Um bom piso antiderrapante, uma torneira com fecho mais simples ou uma cama com altura especial são produtos de valor mais elevado. Porém, caso o projeto seja pensando em sua totalidade, antes do envelhecimento dos seus usuários, os custos vão sendo compensados em toda a vida útil da edificação.

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