Hall de entrada ganha destaque
Hall de entrada ganha mais destaque em tempos pós-pandemia

Eternos “cartões de visitas” de nossas casas, eles nunca foram tão importantes quanto agora

Por Redação Fotos Carlos Piratininga, Gui Morelli, Eduardo Pozella, Thiago Travesso e Bruno Cardi

É inegável que o hall de entrada é o principal “cartão de visitas” de uma residência – afinal, de cara, ele permite ao visitante ter as primeiras impressões sobre a casa e as pessoas que a habitam. O que nem todos sabem é que, apesar de tradicionalmente terem dimensões modestas, é possível elaborar decorações muito criativas e ousadas para esses espaços da propriedade – que também ganharam maior relevância em tempos de pandemia.

À frente do escritório que leva seu nome, a arquiteta Carina Dal Fabbro acredita que o ambiente tem um papel importante na decoração, já que pode ser o ponto de partida para todo o trabalho decorativo feito na residência. Carina, assim como suas colegas Carina Korman (à frente do Korman Arquitetos), Cristiane Schiavoni (Cristiane Schiavoni Arquitetura) e Karina Korn (Karina Korn Arquitetura), tem boas dicas para tornar esse cantinho da casa ainda mais especial.

Espelhos e papel de parede

Normalmente não há muito espaço disponível no hall de entrada para móveis. Assim, as paredes assumem uma grande importância em projetos criados para esse ambiente, por permitirem personalizar e emanar as principais características do décor.

“Os espelhos são os queridinhos para esse espaço, pois garantem amplitude visual, além de serem essenciais para uma última conferida no visual antes de sair de casa”, brinca a arquiteta Karina Korn. O papel de parede é outro artifício muito utilizado, por sua variedade de cores e estampas. “Por se tratar de um ambiente de baixa permanência, podemos apostar em modelos mais estampados”, diz a arquiteta Carina Korman.

Em prédios antigos, é comum a presença de batentes de elevador com materiais mais antigos. “Quando a porta não é de inox, podemos revestir a superfície”, conta Karina Korn. “Já utilizei, inclusive, papel de parede, resultando em um efeito belíssimo”.

Para o revestimento, quando é possível trocar o modelo entregue pela construtora, a recomendação é manter o mesmo modelo da área social, garantindo unidade entre os espaços, ainda mais se for uma peça fácil de limpar. A arquiteta Cristiane Schiavoni ainda defende o uso de tapete, em versões que sejam fáceis de retirar e lavar periodicamente.

Iluminação e objetos decorativos

A iluminação do hall deve ser mais aconchegante do que clara, já que as pessoas não costumam permanecer muito tempo nesse ambiente. Se possível, é interessante imprimir uma aura de conforto que envolva o visitante. Sempre indico uma iluminação cênica, com uma luz focal para obras de arte ou ponto de destaque, e outra geral, que ilumina todo o espaço”, diz Carina Dal Fabbro.

Se o projeto permitir a substituição da porta, as arquitetas são unânimes em afirmar a força que esta peça exerce no hall de entrada. “Diante dessa possibilidade, gosto de trazer uma porta mais larga, ou mesmo com um acabamento diferente, que pode ser colorido, espelhado, amadeirado… São inúmeras possibilidades que escolho de acordo com o perfil dos clientes”, enfatiza Carina Korman, da Korman Arquitetos.

No que se refere aos objetos decorativos, quadros são ótimos para colorir as paredes (eles também podem ser dispostos no chão ou no aparador). Vasos também são bem-vindos e não precisam seguir a obrigatoriedade de receber plantas. “Mas, para quem gosta de plantas naturais, costumo dizer que é preciso levar em conta as características das espécies. Muitas não se adaptam em ambientes fechados e sem ventilação”, lembra Karina Korn.

Novos tempos

Se a presença de aparadores e bancos já era adequada no hall da entrada antes da pandemia global, isto se tornou ainda mais relevante agora. “A nossa casa sempre é um reflexo do que vivemos”, observa Cristiane. “Ainda mais depois desde momento tão difícil, o hall ganhou a função de pré-higienização para entrarmos em nossa casa”.

Desse modo, é indispensável providenciar um móvel no qual possam ser armazenados os sapatos, assim como um banco que sirva de apoio na hora de calçá-los ou tirá-los. “Sempre gostei de usar bancos nos meus projetos pela facilidade do apoio logo na entrada, e agora, mais do que nunca eles se fazem completamente necessários. Incluo, também, cestos para disponibilizar chinelos ou calçados limpos para entrar em casa”, conta Karina Korn.

Aparadores para apoiar bolsas e um espaço para o álcool gel são outras soluções pertinentes para o espaço. Para aqueles que moram em apartamentos pequenos, sem espaço para inserir esses móveis, Cristiane Schiavoni dá a dica: “Adicione um gancho na parede para apoiar a bolsa e uma prateleira para o álcool gel. Um caixote ou cestaria já é o suficiente para dispor os sapatos que chegam da rua e pegar os limpos para entrar em casa”, conclui a arquiteta.