Característica dos grandes centros, o grafite é uma forma de arte que ganha cada vez mais espaço nas casas, seja nas áreas externas ou internas
Fotos Eric Romero e Henrique Ribeiro
Quem resiste ao charme dos grafites, uma manifestação artística tão presente nas grandes cidades, e que torna mais atrativas suas ruas e avenidas? O que nem todo mundo sabe é que essa arte também pode ser aplicada à decoração, e com resultados muito interessantes.
Uma das empresas que apostam nesse conceito é o escritório PB Arquitetura, dos arquitetos Bernardo e Priscila Tressino. A dupla de especialistas é adepta do estilo e traz algumas orientações importantes para quem quer usar grafites nos ambientes, conquistando um visual descolado e inspirador.
Marca registrada
Segundo Bernardo, o grafite se tornou uma marca registrada dos projetos do escritório por permitir expressar, na decoração, a personalidade do cliente, além de incentivar a arte. “Mesmo ainda sendo visto como uma ousadia em alguns casos, a cada dia mais as pessoas estão se abrindo para o novo e experimentando o grafite, o que é muito gratificante para nós”, conta o arquiteto.
Por ocupar uma posição de destaque no ambiente, o grafite deve ser pensado desde a concepção do projeto. Assim, ele irá nortear o mood de cores, além de toda decoração do local, para que não ocorram excessos entre os elementos. Seja em áreas externas (muros e fachadas) ou internas (os cômodos da residência), a boa e velha tinta spray é a matéria-prima utilizada nas pinturas. Os grafites alegram a decoração e podem expor ideias, recordações e gostos particulares de cada cliente (por exemplo, a paisagem de uma viagem inesquecível).
Onde aplicar o grafite?
É claro que as paredes sempre são a “tela” mais indicada para receber o grafite. Mas isso não significa que o estilo tenha que ficar restrito a esse elemento das propriedades. Ele também combina com as portas e armários, por exemplo. Uma conversa com um profissional especializado indicará ao cliente quais são os melhores espaços para receber os desenhos em cada residência.
Outro fator destacado pela dupla de arquitetos é que, quando se fala em grafite, os estilos podem ser os mais variados. “Cada artista tem um estilo próprio, uma característica particular para trabalhar”, detalha a arquiteta Priscila Tressino. “Porém, o que se deve ter em mente é que, independentemente disso, cada grafite deve ser feito de acordo com a expectativa do cliente”.
Os tipos de desenho são inúmeros – abstratos, geométricos ou até mesmo realistas, além dos coloridos ou monocromáticos. Desse modo, será o gosto dos moradores que irá determinar o caminho a ser seguido.
Não erre no tom!
É comum que as pessoas tenham dúvidas a respeito da cor de fundo da parede. Em princípio, o branco é solicitado pelo artista para que ele possa aplicar todas as cores que quiser, ou então, aquelas que ele já tenha sido orientado a usar, como uma espécie de “tela em branco”. Na hora de combinar tons e cores de acordo com a decoração, Bernardo e Priscila sempre realizam uma consultoria a fim de auxiliar o cliente. Porém, destacam que o mais importante é o gosto particular de cada um.
Por fim, para aqueles que se sentem atraídos pelo estilo, mas têm medo de enjoarem do grafite com a passagem do tempo, Bernardo lembra que é muito difícil isso acontecer. “O resultado surpreende, pois se torna uma verdadeira obra de arte na decoração”, conclui o arquiteto. “E, melhor ainda, pode ser que o primeiro abra espaço para novos grafites!”