Dicas para não errar na escolha da porta mais adequada à sua residência.

Disponível em uma variedade de modelo, a porta deve dialogar com a arquitetura e atender a demandas estéticas e funcionais

Fotos Sérgio Israel e Leandro Moraes

Tanto quanto as fachadas das casas, a porta é um “cartão de visitas” de nossas residências. Por isso, deve ser escolhida com o máximo critério. E a definição do modelo ideal será ditada por fatores que transcendem a simples estética da peça, como a segurança que oferece e os materiais que a compõem.

Como destaca a arquiteta Patricia Penna, à frente do escritório que leva seu nome, a porta de entrada pode abarcar diversas possibilidades, que vão desde o estilo e abertura até o material escolhido. A especialista ainda lembra que a esquadria deve se harmonizar com a arquitetura, seja no que diz respeito ao material eleito, acabamento (cor e textura) e detalhes decorativos – apliques, frisos, rebaixos e puxadores.

Resistência ao clima

Também espera-se que a porta escolhida seja resistente à ação do clima, o que inclui a incidência de sol em certos períodos do dia, o frio e a chuva. Observada essa questão básica, o projeto pode tanto adotar um modelo tradicional (que segue as tendências do momento) como outros que correspondam às expectativas específicas dos moradores.

Quando o projeto de arquitetura elege o emprego de um material considerado mais ‘clássico’, a arquiteta aponta a possibilidade de investir na utilização de outros elementos adicionais que, em sua composição, podem tornar elevar a porta a um nível de destaque na arquitetura. Para tanto, sua execução pode contar com dimensões maiores, design e acabamento diferenciados ou puxadores realçados.

“Considero válido alertar que essas particularidades vão depender, exclusivamente, da personalidade e das preferências do cliente”, acrescenta Patrícia, que também enfatiza a importância de apostar em materiais duráveis e que sofrerão poucas alterações físicas com o passar do tempo.

Tipos de portas

Com um apelo clássico, a madeira está entre as opções de materiais mais indicadas. Versátil, ela dá margem à criação de layouts com as mais diversas propostas arquitetônicas, desde as mais arrojadas àquelas com uma pegada rústica. A madeira pode ser usada sozinha ou combinada com outros elementos, como, por exemplo, a serralheria.

Já o vidro carrega uma essência contemporânea e exige uma estrutura metálica ou em madeira. Para efeitos de privacidade, pode receber uma película com cor, ou simplesmente com efeito jateado e, no tocante à segurança, deve ter uma composição laminada.

A serralheria tem muita procura, por suas várias possibilidades de acabamento, como a aparência ‘rústica’, clássica ou até mesmo contemporânea. Porém, a depender do material utilizado, a proximidade com água pode levar à ferrugem.

Muito resistentes às ações do clima, o ACM e o alumínio também são boas opções, embora existam limitações no que diz respeito às dimensões máximas. Porém, a arquiteta destaca que esses materiais oferecem muitas possibilidades em termos de cores e aplicabilidades.

Pivotante, deslizante ou dupla?

O primeiro tipo é aquele em que a folha da porta é presa por pinos na parte superior e inferior, em um eixo conhecido pla“pivô”. É um sistema que não utiliza dobradiças, excluindo o risco de possíveis avarias desses elementos com o passar do tempo.

Já as portas duplas (também conhecidas como “portas francesas”) são compostas por duas folhas e proporcionam uma abertura maior para a entrada na residência. As deslizantes, por sua vez, são mais usadas na parte interna dos projetos e são boas escolhas por não demandarem o tradicional ângulo de abertura da porta.

Disponíveis para pronta entrega, as portas tradicionais encontradas no mercado costumam apresentar 2,10m de altura e uma largura mínima de 60cm. Entretanto, essas referências são inerentes ao projeto de arquitetura, que solicita uma porta proporcional às dimensões da fachada. Em residências com pé-direito duplo, a altura pode alcançar entre 5 e 6m. “Caso o cliente queira, essa referência pode ser maior, mas já consideramos que entre 3 e 4m temos uma proporção bastante generosa. Essa definição está diretamente ligada à arquitetura particular de cada casa”, analisa Patricia.

Manutenção

A arquiteta ainda acredita que os detalhes fazem a diferença no visual da porta e que a decisão entre puxadores e maçanetas influi na imagem final. De acordo com as preferências da especialista, acessórios retilíneos e sem ornamentações são os mais recomendados, por seus traços atemporais. “Portas internas podem ter maçanetas convencionais, do tipo alça ou redonda”, prossegue a arquiteta. “Mas, na entrada, caso seja o desejo, elas não precisam, necessariamente, contar com uma maçaneta. Podemos trabalhar com o fecho rolete ou com um puxador de cava ou alça, por exemplo.”

Por fim, há a questão da manutenção. Patrícia lembra que cada material terá suas próprias demandas nesse quesito, mas que a limpeza de rotina, feita com um pano úmido, deve ser encaixada no cronograma de faxina da casa, além uma higienização mensal mais intensa. “Portas em madeira natural demandam lixa e verniz (ou semelhante) com frequência anual ou menor ainda, dependendo do nível de insolação e umidade e aquelas que receberam acabamento em laca pedem apenas por um pano úmido ou seco”, conclui a especialista. “Portas de PVC ou alumínio demandam apenas pano úmido. Os materiais abrasivos ou ásperos, em geral, são inimigos de qualquer porta.”