Inicialmente focada na segurança, automação no Brasil evoluiu e se diversificou. A “casa inteligente” não é mais um “sonho distante”

 Texto: Roberto Blatt

Foto: Divulgação

Em um país com 60 milhões de domicílios, é de admirar que apenas 300 mil (ou 0,5%) sejam “casas inteligentes”. Por “casas inteligentes” entenda-se aquelas propriedades nas quais os controles inteligentes são interligados, gerando diversos comportamentos interdependentes para os componentes do sistema. Por exemplo: uma cafeteira elétrica ligada ou desligada automaticamente por timer ou controle remoto não é considerada “automação”.

Porém, se você conseguir executar tarefas mais complexas por meio de comandos do celular – acionar a banheira e preparar a água na temperatura desejada, ligar a cafeteira para ter uma bebida quente ao chegar, acionar os equipamentos de ar-condicionado ou deixar a iluminação da sala mais aconchegante para ver um filme, acionando uma “cena”, aí sim, você terá utilizado a automação residencial.

MUDANÇA DE FOCO

Considerando-se os problemas de falta de segurança em todo o país, não foi de estranhar que, quando a Associação Brasileira de Automação Residencial (AURESIDE) foi criada, em 2000, o foco da automação estivesse justamente neste quesito. Porém, descobriram-se outros usos para a tecnologia, que passou a ser muito requisitada para controle de home theaters, o que foi sendo gradualmente substituído pelo controle automatizado da iluminação, que, hoje, responde por mais de 50% dos projetos na área.

Entretanto, como no exemplo citado no início deste artigo, surgiram as questões ligadas ao conforto, logo acrescidas dos aspectos “acessibilidade” e “mobilidade” (em um exemplo mais trivial, ligar automaticamente a iluminação do corredor e do banheiro quando um idoso se levanta à noite). Com os crescentes custos da energia elétrica e com a possibilidade de novos momentos de escassez, surgiu uma nova aplicação para a automação residencial, que será uma constante daqui para frente: o uso racional da energia.