A transformação começa com algumas perguntas elementares, que incluem: onde serão guardados os materiais de limpeza?

Confira as dicas da arquiteta Cristiane Schiavoni para deixar a casa mais bonita e prática por meio da decoração

Por Redação Fotos Carlos Piratininga e Guilherme Pucci

Você pensa em reformar a casa? Pois saiba que esta pode ser uma boa hora para repensar todo o layout dos cômodos, o que tornará seu lar não apenas mais bonito e charmoso, como, também, mais funcional.

Com muitos projetos de bom gosto no currículo, a arquiteta Cristiane Schiavoni conhece técnicas que podem trazer esse efeito à propriedade. E o melhor de tudo é que as mudanças trarão mais dinamismo à sua vida caseira, permitindo que você desfrute de forma mais plena dos espaços da propriedade. A transformação começa com algumas perguntas elementares, que incluem: onde serão guardados os materiais de limpeza? Ou, ainda: como serão organizadas as roupas no guarda-roupa?

ESTÉTICA

Uma distribuição mais racional e equilibrada dos cômodos é essencial para o êxito do projeto. Especialmente, em imóveis com metragens pequenas. Pensando na marcenaria, que costuma ser o segredo para o aproveitamento dos espaços, quando são criados muitos moldes grandes fixos e o mobiliário está fixado na parede, fica mais difícil realizar essa limpeza – tanto nos vãos, como embaixo da peça.

Cristiane afirma que é necessário pensar em uma estética bonita atrelada à viabilização do processo de higienização da casa. “Podemos tentar um criado com rodilhos, ao invés de uma marcenaria fixa com o objetivo de afastar e limpar, ou então escolher uma cama e um armário que não abram espaço para a poeira”, prossegue a especialista. “Na arquitetura de interiores, são infinitas as possibilidades que poderão simplificar, e muito, a rotina de uma família”.

ACOMODAÇÃO

Ainda segundo a profissional, é fundamental que os moradores da propriedade elenquem todos os itens pessoais que possuem. “Isso facilita nosso entendimento do volume daquilo que precisa ser guardado, bem como a forma como os clientes preferem”, explica Cristiane. “Na lavanderia, ao decidir como será a acomodação dos itens, até mesmo a atividade da limpeza se torna mais tranquila. O fácil acesso a um aspirador de pó, por exemplo, vai fazer com que a sua retirada também seja mais acessível e, consequentemente, que você utilize esse eletrodoméstico com mais frequência. Por isso, pensar na distribuição e armazenamento, seja no dormitório, seja na cozinha ou na sala, faz com que a sua rotina de organização fique mais fácil”.

Os moradores devem ter em mente o próprio estilo de vida na hora de escolher os itens de decoração, o que favorece a organização do espaço. A família pode ser composta por um casal que trabalha o dia todo e tem uma vida mais corrida, sem muito tempo ou apreço por uma rotina de manutenção. Assim como podemos nos referir a pessoas que têm mais disponibilidade para qualquer atividade que desejem e que, por característica pessoal, sejam mais propícios a ordenar suas rotinas e objetos pessoais.

Antes mesmo de decidir sobre os objetos ou até a mobília de um espaço, uma boa opção também é checar as recomendações de manutenção de cada um deles. Caso a busca seja por um cotidiano simplificado nas atividades de cada, é preciso promover uma pesquisa antes. Como exemplo, a arquiteta cita os pisos de madeira.

“Quem não ama a sensação confortável do pisar descalço e o acolhimento que ele fornece? Mas há de se considerar que esse tipo de revestimento requer processos de limpeza que dão uma trabalhinho a mais, sem contar que, se a família tem um pet, definitivamente a escolha será um transtorno quando o xixi do doguinho no lugar errado começar a manchar o piso”, alerta a especialista.

A ESCOLHA DOS ITENS

Alguns detalhes no momento de decisão podem ser determinantes para definir como será a rotina de manutenção para os moradores daquela residência. Cristiane observa que, no caso dos pisos, é fundamental a atenção com questões como textura e cor. “Os antiderrapantes, que muitas vezes, são eleitos com o propósito de deixar o ambiente mais seguro, podem dificultar a limpeza”, ensina. “Pensando na usabilidade, cerâmica e porcelanato são imbatíveis, pois podemos lavar, que cá entre nós, é um hábito que os brasileiros não abrem mão”.

O mobiliário é mais uma questão a ser abordada com critério. Pensando na durabilidade das peças, algumas medidas se revelam bastante eficazes. Na cozinha, uma base de alvenaria antes do móvel promove a proteção no contato com a água e, no dormitório, evita as trombadas com a base da vassoura e do rodo. “É muito comum que as peças comecem a se deteriorar devido a esse contato com o piso e a rotina de faxina”, revela a arquiteta. “Por isso, tudo o que pudermos evitar contribui para a longevidade do décor da casa”.

Em relação aos móveis propriamente ditos, aqueles com rodinhas ou leves são mais fáceis de arrastar no dia da faxina em casa. Os laqueados são tranquilos para movimentar, mas também sofrem arranhões com facilidade. Por isso, o MDF é a opção mais recomendada e utilizada nos dias de hoje, já que reúne todas as características que auxiliam na conservação e na rotina de limpeza do lar.

O mercado oferece uma enorme variedade em termos de sofás, almofadas e cortinas. Mas, na hora de montar uma casa prática, o ideal é buscar por tecidos impermeabilizados, principalmente aqueles com cores claras (que inevitavelmente aparentam acumular mais sujeira). No contraponto, o couro ou as versões impermeáveis simplificam o processo: basta passar um pano. Mais delicados também são os acolchoados, que precisam secar e demandam mais cuidados.

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