Saiba como reduzir a incidência de sons externos em sua casa usando soluções práticas e bonitas
Fotos Gisele Rampazzo e Julia Ribeiro
Barulho em excesso não é brincadeira: mais do que um aborrecimento cotidiano, isso diminui a qualidade de vida e pode resultar em um enorme estresse. Por isso, as soluções de isolamento acústico vêm se tornando um quesito valorizado pelas pessoas, passando a figurar em vários projetos de decoração.
Seja qual for o seu problema – o som de uma rua movimentada, música estridente sendo tocada em um volume alto ou até o som dos sapatos do vizinho do andar de cima tirando o seu sono –, um bom projeto de isolamento acústico, concebido em paralelo com a arquitetura de interiores, pode trazer mais paz ao seu dia-a-dia.
Sem incomodar
“Em linhas gerais, as medidas que implementamos evita que sons externos interfiram dentro da residência e que aqueles produzidos internamente não incomodem os vizinhos”, resume arquiteta Fernanda Campiolo, à frente do escritório Campiolo Arquitetura.
Porém, antes de definir os materiais utilizados no projeto, os arquitetos precisam avaliar elementos usados na construção, realizar as medições e examinar as condições de incômodo para os moradores.
Fernanda destaca que esse estudo é vital. “O isolamento acústico melhora significativamente a qualidade de vida”, prossegue a especialista. “Ao suavizar e, até mesmo, bloquear os barulhos inconvenientes, contribuímos para a melhoria do nível de concentração, além da diminuição do estresse e o cansaço mental, criando um espaço mais relaxante. Também devemos reputar que a proteção ao som gera mais privacidade, já que os vizinhos não ouvirão o que você faz dentro de casa”.
Madeira e espuma acústica
Um recurso muito utilizado para a obtenção de maior conforto acústico é a madeira. Por isso, a arquiteta recomenda evitar materiais que ecoem os sons, como revestimentos cerâmicos e porcelanatos.
Em ambientes que demandam uma atenção especial, uma boa escolha são os pisos de madeira, laminados com manta acústica, vinílico ou carpetes. Além da questão sonora, eles trazem elegância ao espaço.
Já no teto, o forro de gesso pode ser executado com lã de rocha ou de vidro, o que proporciona melhor absorção acústica. “O forro mineral e o painel de espuma acústica, muito empregados em estúdios de gravação, também podem fazer parte do contexto residencial que estamos trabalhando”, acrescenta Fernanda.
Em casas e apartamentos que estão sendo reformados, a recomendação é utilizar argamassa termoacústica, que pode reduzir em até 40dB (decibel) o barulho para o vizinho da laje inferior.
O uso de manta acústica, dependendo do material, pode provocar resultado semelhante. Investir em janelas e portas especiais também é uma estratégia para barrar o som que vem de fora, diminuindo sua intensidade.
Soluções simples
Sons indesejados também podem ser inibidos por móveis estofados e plantas. Esta é uma das muitas soluções práticas que podem ser empregadas na busca por maior conforto acústico.
Nas paredes, o uso de mural de cortiça auxilia na absorção de ruídos, como também pode exercer uma função decorativa, ao receber fotos. Outros itens do décor, como tapetes, carpetes, cortinas, almofadas e mantas com tecidos felpudos e macios deixam o ambiente aconchegante e ainda contribuem para aliviar o incômodo com o barulho.
Sofás no estilo poltrona, assim como outros tipos de estofados, oferecem um bom resultado na absorção dos sons. Segundo Roberta, todos esses elementos, posicionados de forma estratégica, funcionam muito bem. Tapetes e cortinas são outros itens que diminuem os ruídos.
Os detalhes importam!
Porém, a arquiteta Fernanda Campiolo lembra que não adianta incorporar materiais com características para o isolamento acústico sem antes realizar o projeto e o cálculo com um profissional especializado. Da mesma forma, não se deve deixar frestas e espaços em portas, janelas e outros vãos, por meio dos quais o som pode escapar ou entrar.
“Falamos que a madeira pode aliviar os sons dentro do ambiente, mas, no piso, pode propagar o barulho proveniente de um salto e resultar em momentos muito incômodos para o vizinho que divide a mesma laje”, adverte Fernanda. “O segredo é incorporar no projeto produtos adequados para cada cômodo, sempre contando com mão de obra especializada e com materiais de boa qualidade”.