Startup oferece mais de 70 cursos gratuitos online

Com o objetivo de democratizar conhecimento para exames, empreendedorismo e idiomas, a curitibana Kultivi conta com 260 mil usuários cadastrados e cerca de 40 mil usuários por dia em suas mais de 4 mil aulas gratuitas online

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economia compartilhada
Kultivi conta com 260 mil usuários cadastrados e oferece mais de 70 cursos online

Com o objetivo de democratizar conhecimento para exames, empreendedorismo e idiomas, a curitibana Kultivi conta com 260 mil usuários cadastrados e cerca de 40 mil usuários por dia em suas mais de 4 mil aulas

Para quem busca oportunidade de cursos gratuitos online ou então um modelo de novo negócio no qual se inspirar, uma boa dica é a startup Kultivi, sediada em Curitiba. Uma plataforma de ensino gratuita, que conta com mais de 70 cursos em diferentes áreas, como idiomas, empreendedorismo, medicina e voltados ao Enem e à OAB. Ao todo, ela soma mais de 4 mil aulas distintas.

“Após oito anos no mercado de edição de material didático e cursos preparatórios para concursos, observamos que o modelo de negócios predominante – com os usuários pagando pelos cursos – estava perdendo fôlego. Desse insight, surgiu a ideia de buscar um novo modelo, no qual os usuários contassem com conteúdo de primeira, mas sem a necessidade de pagamento”, afirma Cláudio Matos, um dos sócios da Kultivi, ao lado dos empresários Ricardo Pydd, Emir Conceição e Carlos Siaudzionis.

Startup oferece cursos gratuitos online
Claudio Matos, sócio da Kultivi

A Kultivi estima que cerca de 800 mil brasileiros já tiveram conhecimento de seus serviços. Desse número, aproximadamente 32,5%, o equivalente a 260 mil, efetuaram o cadastro no site. Atualmente, a empresa conta com mais de 140 mil inscritos no canal de Youtube – com avaliações positivas em 98,3%. Por dia, são em média 40 mil usuários acompanhando as diferentes aulas.

“Na plataforma, a maioria dos usuários busca cursos de idiomas, especialmente o inglês”, diz Matos. Uma pesquisa da Catho apontou que somente 5% dos brasileiros falam um segundo idioma, sendo que menos de 3% – o equivalente a 1,5 milhão de pessoas – têm proficiência na língua. Com o domínio de um segundo idioma, o aumento do salário pode chegar a 52%, segundo o levantamento da companhia.

Outro perfil que busca cursos online é o de estudantes interessados em realizar provas de exames, como o Enem ou a OAB. “Logo em seguida, aparecem os alunos buscando conteúdo para o Enem. No YouTube, a maioria dos usuários é de estudantes universitários, especialmente de Direito, que buscam as aulas em época de provas e exames para revisar os assuntos”, relata Matos.

Economia compartilhada

A startup paranaense vai na linha da economia compartilhada, uma tendencia para os próximos anos. Trata-se de um modelo fundamentado no compartilhamento de recursos. Geralmente, se dá por meio de plataformas digitais, como as de streaming, por exemplo. Ao invés de comprar um DVD de filme ou um CD de música, um grande parcela da população já prefere consumi-los por meio de plataformas como Netflix e Spotify.

Um estudo da PwC mostra que a economia compartilhada deverá movimentar mundialmente em 2025 US$ 335 bilhões (cerca de R$ 1,3 trilhão). O montante é 20 vezes maior do que o obtido em 2014, quando o segmento foi responsável por US$ 15 bilhões (R$ 59,9 bilhão). Parte desse valor estará nas empresas de economia colaborativa. Sejam as grandes (como Netflix, Spoity, Airbnb, Uber, etc.), sejam as startups como a Kultivi.

Até o mês de abril, a Kultivi contava com 80 mil alunos no curso de inglês – que oferece 230 aulas e materiais de apoio –, além de 21 mil em espanhol, 18 mil em francês e 7 mil em italiano. “Um curso de inglês como o nosso, se vendido, não sairia por menos de R$ 10 mil. Na Kultivi, com a democratização do ensino, esperamos formar milhões de novos poliglotas”, diz Matos.

Como é possível gerar cursos gratuitos?

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Cursos de idiomas são os mais procurados na plataforma

A lógica de funcionamento é simples. A plataforma é mantida pela venda de espaços publicitários para marcas parceiras que acreditam no projeto, além da captação de recursos na iniciativa privada. “São empresas que querem desenvolver educação de qualidade no Brasil e atrelar sua marca a esse projeto”, explica o sócio da Kultivi.

Outra forma de manutenção dos cursos gratuitos online está no apoio prestado por Pessoas Físicas e Jurídicas. Por meio da iniciativa chamada de “Apoia.se”, é possível que qualquer um contribua com o projeto. Mais da metade dos recursos doados – 56% – é destinado aos profissionais, que são remunerados de acordo com o valor de mercado.

Entre os professores, encontram-se aqueles com experiência em instituições de ensino públicas e privadas, com titulações elevadas, como mestres e doutores, assim como jovens educadores com uma didática mais dinâmica, especialmente para os cursos preparatórios para os exames.

Empreendedorismo

Uma das novidades recentes da plataforma são as formações específicas para a área de negócios, especialmente o empreendedorismo. A criação e a sobrevivência de novos negócios podem contribuir para que a economia dê o salto de crescimento esperado para os próximos anos. “Se as pessoas tiverem um mínimo de conhecimento técnico para gerir seus empreendimentos, a vida de todos tende a melhorar muito nos próximos anos”, projeta Cláudio Matos.

De 2007 a 2017, o número de empreendedores no Brasil cresceu 237%: saltando de 14,6 milhões para 49,3 milhões de pessoas trabalhando por conta própria, conforme o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que conta com a participação do Sebrae.