Serviços de streaming que oferecem músicas se tornaram um nicho ultra-promissor

Texto: Fabio Tucci
Imagens: Divulgação

No que se refere aos serviços de streaming que oferecem músicas mediante o pagamento de uma taxa mensal – seja por meio de uma assinatura completa (com maior qualidade e livre de comerciais) ou na versão “free” (com qualidade mediana e anúncios), o mais novo concorrente no páreo é o rapper Jay Z, com seu pretensioso serviço Tidal (lançado em março).

Com acervo escolhido por jornalistas especializados em música (e artistas-sócios que incluem Madonna, Jack White, Beyoncé, Kanye West e Alicia Keys, entre outros), o serviço terá a difícil missão de convencer usuários de serviços semelhantes, como Weezer, Rdio, Google Play Música e Spotify, a aderirem à novidade.

Atualmente, o público que usa esse tipo de serviço na versão ‘’free’’, como no Spotify (com anúncios), tem um acervo de milhões de músicas disponíveis. Já o Tidal, que cobra entre US$ 10,00 e US$ 20,00 por mês do cliente (mais do que todos os concorrentes), oferece arquivos sem perda de qualidade – porém, na maior parte das vezes, as músicas não podem ser bem reproduzidas, pois requerem fones de ouvido e equipamentos de áudio mais custosos e com maior refinamento sonoro.

A aposta é alta e arriscada, já que a grande maioria dos usuários, além de não se preocupar em diferenciar a qualidade entre um CD e um MP3, trocou, há algum tempo, a alta qualidade das mídias pela praticidade e portabilidade do MP3. Salvo alguns melômanos e colecionadores de plantão, que, além de contarem com tempo disponível e acervo de sobra, são fiéis defensores de seus sets hi-end (e farão o possível para reproduzir com qualidade os arquivos digitais, uma vez que as mídias físicas chegaram ao fim de seu ciclo).

Artistas como Neil Young, criador do PONO Music, e a nipônica Sony, com a HD Music Store, oferecem downloads de arquivos de alta definição HRA (superior ao CD, para citar um exemplo) e faixas de melhor qualidade aos interessados, desde que possuam players compatíveis. Devemos considerar que, havendo uma comparação entre algo melhor e pior – seja um carro, smartphone ou ceia gastronômica –, e sendo possível escolher, optaremos pelo melhor. No universo da música digital, esta comparação não existe para 99% das pessoas, que querem ouvir suas faixas preferidas de forma imediata e fácil; preferencialmente, sem custos, acreditando que os artistas “doam” suas músicas (ao invés de viverem delas!).

A iniciativa do rapper Jay Z deixa o comando dos negócios na mão dos artistas, e não das empresas de tecnologia, que pagam direitos de reprodução parcos a cada faixa tocada. A norte-americana Taylor Swift, por exemplo, deixou o Spotify para ingressar no Tidal, alegando ganhos muito baixos na concorrente.

Resta-nos imaginar o que acontecerá quando a Apple entrar no disputado páreo de streaming. Este será um mercado de bilhões de dólares, do qual ninguém quererá ficar de fora. Inclusive os músicos, que vivem um momento “Robin Hood”, alegando não terem, ainda, a devida fatia do bolo (ainda que muitos já tenham ultrapassado as fronteiras globais da fama).

Seja qual for o serviço escolhido, o importante é conectá-lo ao seu receiver AV (ou sistema estéreo), sincronizar tudo com o computador, tablet, smartphone ou SmartTV e curtir ao máximo suas playlists. Aproveite o momento!