Surgido nos anos 1930, o conceito de organicidade está de volta em projetos contemporâneos
Exaltada em importantes eventos do setor, incluindo a Milan Design Week e a Paris Design Week, a organicidade é uma tendência que segue em alta nos projetos de arquitetura e decoração. Porém, embora seja extremamente atual, não se trata de uma ideia nova. O conceito surgiu na década de 1930, pelas mãos do arquiteto estadunidense Frank Lloyd Wright, e tem a proposta de criar uma harmonia entre as pessoas e a natureza, expressa na forma de ambientes fluídos e integrados.
A chamada “Arquitetura Orgânica” transcende as formas não rígidas, adotando a apreciação do imperfeito como um dos seus pilares: peças assimétricas, texturas rústicas e materiais naturais são elementos que fogem do convencional e dão origem a ambientes únicos e alinhados a essa tendência.
Trabalhando com texturas
Essencialmente, o conceito de organicidade se baseia nas texturas. Em um projeto criado pelo escritório Suítes Arquitetos, por exemplo, o Travertino NPK atua como um background para o imponente painel criado na sala de estar, que se estende até a lareira. A peça ainda ganha detalhes criados com tijolos, que agregam um charme único e abraçam a rusticidade dos materiais.
Já o toque handmand e a força da pedra natural são destaques em um banheiro idealizado pela arquiteta Alessandra Gandolfi. O efeito rústico das bordas é chamado de “apicoado”, feito artesanalmente com batidas ao redor da pedra. Um trabalho delicado e que exige um olhar clínico, mas com um resultado incrível. Uma peça em mármore branco se une às plantas, cestos em vime e madeira natural do teto e ajuda a compor um espaço orgânico e convidativo.
Contato com a natureza
Em outro ambiente (este, assinado pelas arquitetas Carolina Rauen e Larissa Garbers) o charme da herança cultural une-se à beleza da inovação contemporânea. Os tapetes orientais da Botteh Handmade Rugs dialogam com peças icônicas do design moderno, incluindo as luminárias da Alma Light e o mobiliário da Simmetria. Materiais como vidro reciclado, cerâmicas, galhos secos e livros antigos complementam o décor.
Do arquiteto Luiz Volpato, outro lindo projeto aposta em elementos minimalistas que, tanto no arquitetônico quanto no interior, destacam a organicidade da natureza que circunda a residência. Os poucos apoios estruturais permitem a conexão da rua com o exuberante bosque dos fundos do lote; conferindo leveza e a permeabilidade visual para a área mais interessante do lote.
Por fim, a integração (uma aliada da organicidade) se faz presente em um projeto criado pela arquiteta Samara Barbosa. A forma sinuosa do mobiliário cria este movimento para a área social aberta com cozinha, sala de jantar, churrasqueira e living social.