Nova versão da obra clássica empolga, emociona e faz pensar

Texto: Marcela Mattia
Imagens: Divulgação

Trata-se de um livro que parece ter sido escrito para crianças, mas que, em uma análise mais profunda, revela um sólido conteúdo existencial: de autoria do francês Antoine de Saint-Exupéry e originalmente publicado nos anos 1940, “O Pequeno Príncipe” (cujo protagonista é um menino solitário que vive em um asteróide) se tornou um grande sucesso – já foram vendidos mais de 140 milhões de exemplares da obra, que se mantém a terceira mais traduzida em todo o mundo.

No cinema, a trama já rendera um bom musical (O Pequeno Príncipe), produzido em 1974. A criação magistral de Saint-Exupéry voltou às telas em grande estilo em 2015, na forma de uma animação adaptada do livro que conta a história para uma nova geração. O diretor escolhido para orquestrar esta versão (que a Paris Filmes, agora, disponibiliza em DVD e Blu-ray) foi Mark Osborne (de Kung-Fu Panda).

Vizinho excêntrico
A saga do garotinho de seis anos que habita o asteróide B 612 (e que, em suas “andanças” pelo Cosmos, encontra um aviador perdido no Deserto do Saara) é recontada de forma um pouco diferente no longa-metragem. A trama principal gira em torno de uma garotinha, cujo nome não é revelado, que leva uma vida extremamente regrada pela mãe, sempre empenhada em prepará-la para o mundo dos adultos.

Ambas acabam se mudando para uma casa com um vizinho bem excêntrico: o Aviador. A menina logo estabelece uma forte amizade com ele, que irá lhe mostrar um mundo extraordinário – o mundo do Pequeno Príncipe, onde tudo é possível. Por meio dessa aventura, ela aprenderá uma grande lição: o que é realmente essencial só pode ser visto com o coração.

Dose dupla
Para captar todas as nuances deste conto clássico, o diretor teve uma ideia brilhante: narrar paralelamente as histórias da menina e do Pequeno Príncipe, utilizando técnicas de animação diferentes nas duas situações. O mundo colorido do Pequeno Príncipe ganha vida em stop-motion, enquanto a animação computadorizada foi empregada na construção do universo rígido e cinza em que a menina vive (que contrasta vivamente com a casa do Aviador, repleta de cores e que corresponde à personalidade de seu dono). O desfecho entrelaça as duas tramas e nos deixa uma bela lição de moral, daquelas que trazem lágrimas aos olhos.

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