A memória do computador onde é processado o seu trabalho é do tipo RAM

Por Roberto Blatt Fotos Shutterstock.com

Criado no Brasil, um novo processo de fabricação de memristores pode tornar comum o uso dessa tecnologia em equipamentos eletrônicos

Imagine-se trabalhando no notebook sem ter salvo a última versão de seu arquivo, quando a energia cai. Pior: a bateria do seu notebook não estava carregada! Se você não tiver a sorte do seu editor de texto salvar automática e constantemente versões do arquivo, horas de trabalho poderão ter sido perdidas!

Isso ocorre porque a memória do computador onde é processado o seu trabalho é do tipo RAM, ou memória volátil – um tipo de memória que, quando perde a energia que a alimenta, perde tudo que estava dentro dela. Assim, quando a energia retorna, ela volta ao seu estado inicial, vazia.

HDs, SSDs, RAM

Outra breve explicação: quando ligamos um computador, um sistema operacional, como o Windows ou Mac OS, que está armazenado em um disco rígido (disco magnético) ou em uma memória do tipo flash (ou SSD, a mesma que povoa os pendrives), é transferido para as memórias do tipo RAM, que são mais rápidas para fazer qualquer processamento, mas que, em compensação, perdem seu conteúdo quando se desliga a energia.

Por outro lado, não convém trabalhar os dados diretamente em um HD ou SSD, porque eles são memórias muito lentas (ainda que o SSD seja muito mais rápido que um HD). São realmente boas para armazenamento, mas devem ceder seu conteúdo a memórias mais rápidas, do tipo RAM, para que o processamento não dure uma eternidade.

Ou seja, em um computador com memórias convencionais, uma parte do armazenamento não depende do fornecimento de energia, mas é mais lento para se trabalharem os dados nele, servindo mesmo para guardar os dados. Outra parte, a memória “instantânea”, é rápida para se trabalhar os dados – então, é para lá que é levado, por exemplo, um documento que está sendo revisado. Mas as mudanças no documento, se não forem salvas (isto é, devolvidas para serem salvas no HD/SSD), são perdidas quando há um corte da energia do equipamento (isso é, a “luz” acaba e o equipamento está também sem bateria).

MEMRISTOR: O MELHOR DE DOIS MUNDOS

A memória usual do computador trabalha na base de ligada (o “1” binário) e desligada (o “0” binário), sendo que o estado ligado é dado por uma faixa de tensão (voltagem) mais alta, e o estado desligado é dado por uma faixa de tensão mais baixa. Por exemplo, tensões de 3 a 5V podem significar “1” e tensões entre zero e 1 volt podem significar “0”.

Já o memristor trabalha não com tensões (voltagens), mas com resistência (para efeitos de exemplificação, a mesma que está em um chuveiro elétrico ou lâmpada incandescente). O valor da resistência em um memristor – mais baixa ou mais alta – indica se ele está no estado “0” ou “1”. E essa resistência fica “armazenada” nele. A alimentação do memristor sendo perdida de repente, quando ela retorna, o valor da resistência no memristor continua como estava antes da queda da energia…

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