Demanda por projetos de arquitetura aumentou durante a pandemia

Durante a pandemia a maior procura foi por reformas de ambientes residenciais e adaptação da casa para home office

Até cenários de crise, como aquele envolvendo a pandemia e a necessidade de isolamento social, podem gerar boas oportunidades de negócios. Um bom exemplo disso é o setor de arquitetura e construção.

“Muitas pessoas não davam valor aos apartamentos alugados e ficavam cerca de quatro a cinco anos em um imóvel alugado, enquanto o imóvel próprio estava sendo construído – e, com a tendência do home office, precisavam de um lugar ergonômico para trabalhar, com boa iluminação”, destaca o arquiteto e empreendedor Jaime Portugal, à frente da JP Arquitetura. “Durante a pandemia, os financiamentos também ficaram mais baratos e as pessoas puderam realizar o sonho da casa própria e, consequentemente, a demanda por projetos aumentou muito”.

Setor aquecido

Um dos escritórios mais representativos de Pernambuco, o JP Arquitetura esteve em Osasco para o primeiro evento pocket Arqday, direcionado a profissionais de arquitetura da região O evento foi realizado na ANDRA Materiais Elétricos e Iluminação, em parceria com a Steck, e contou com as participações de aproximadamente 30 pessoas.

Um estudo feito em 2020 e 2021 pela Archademy confirma o crescimento do setor. Entre os 900 profissionais entrevistados durante o levantamento, 80% afirmaram que a pandemia aumentou a procura de clientes por projetos para arquitetos e designers de interiores. Na pesquisa, os profissionais relataram que os pedidos mais comuns são para reformas de ambientes residenciais e adaptação da casa para home office, ou para alterar espaços de convivência.

A construção civil também é outro fator que tem estimulado o mercado de arquitetura. No primeiro trimestre de 2022, o PIB da construção aumentou 0,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Desde o terceiro trimestre de 2020, o PIB da construção registra taxas positivas, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O município de Osasco subiu de oitavo para sétimo no PIB do Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) coletados em 2020. A cidade também está entre os nove municípios que responderam por quase 25% do PIB nacional, lista que inclui São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Curitiba, Osasco, Porto Alegre e Guarulhos.

Fatores regionais

Durante o evento pocket Arqday, Jaime Portugal lembrou os profissionais da região interessados em abrir uma empresa de que é preciso entender que o estilo arquitetônico de um estado para outro varia bastante. “Há lugares em que o estilo é mais neoclássico, contemporâneo ou industrial, como é o caso de Osasco e das cidades ao redor, como Barueri e Santana de Parnaíba”, exemplificou o especialista.

Formado há 15 anos pela Faculdade ESUDA e com MBA em Gestão de Projetos pela Faculdade Santa Maria, Portugal defende uma arquitetura pensada “fora da caixa”, comprometida em atender ao briefing e expectativas do cliente. Ainda segundo o arquiteto, a região de Osasco tende a crescer muito com as empresas e galpões logísticos.