A princípio utilizado apenas com objetivos militares, GPS passou, com o tempo, a ser adotado em outras áreas
Com base na ideia de que, conhecida a órbita de um satélite, é possível determinar a posição de um ponto que recebe suas ondas de rádio, nasceu, no início dos anos 1960, o Sistema de Navegação por Satélite da Marinha dos EUA, o Transit (a princípio, um sistema de cinco satélites). A aplicação inicial era determinar a localização dos submarinos americanos dotados do sistema de misseis Polaris. E essa determinação era de extrema importância para o eventual lançamento de mísseis balísticos a partir dos submarinos.
Disso derivou o projeto GPS, lançado pelo Departamento de Defesa dos EUA em 1973 para aperfeiçoar os sistemas de navegação existentes até então. Ele tinha, inicialmente, 24 satélites de uso militar, tornando-se completamente operacional em 1995.
Já nos anos 1980, seu uso foi parcialmente aberto para a área civil, e o principal gatilho para essa liberação foi a derrubada do voo 007 da Korean Air Lines, em 1983, após o veículo ter entrado por engano em espaço aéreo interditado da então União Soviética. A liberação para uso civil é parcial no sentido de que o serviço de posicionamento padrão (cuja sigla em inglês é SPS) tem uma precisão mais grosseira que o Serviço de Posicionamento Preciso (SPP), mais refinado e de uso restrito às forças armadas, agências federais americanas e a um grupo seleto de governos aliados dos EUA.
Com o passar do tempo, foi havendo maior liberação de sinal para uso civil e, ao longo dos anos, mais satélites foram sendo incorporados ao GPS, permitindo-se obter uma posição mais precisa dos pontos-alvo na Terra.
APLICAÇÕES
Se, a princípio, os fins do sistema de posicionamento global eram essencialmente bélicos (por exemplo, na Guerra do Golfo, de 1990 a 1991, o GPS orientou os bombardeios e lançamento de misseis dos EUA), com o passar do tempo o sistema foi adotado para trabalhos de exploração de recursos naturais, agricultura e outras áreas – na agricultura automatizada, o sistema é muito importante para se produzir mapas de produtividade do terreno plantado e, com isso, definir necessidade de aplicação de fertilizantes, gotejamento de água ou outros insumos em pontos específicos do terreno.
Outras aplicações estão nas expedições de ecoturismo, navegação aérea, marítima e terrestre – é com o uso do GPS que aplicativos como o Waze conseguem localizar o veículo e, conhecendo-se o destino desejado, definir a rota até ele. Também os pedestres se utilizam do sistema, seja substituindo os mapas em destinos turísticos, seja para determinar com precisão as distâncias e velocidades nas corridas de rua.
NEM SÓ DE GPS SE VIVE!
Com o passar dos anos, outros sistemas de satélite para navegação global (GNSS, em inglês) foram sendo incorporados, como o GLONASS russo, o BeiDou chinês e o Galileo, da União Europeia. Há, também, alguns sistemas de âmbito regional e os sistemas de ampliação, fornecidos por provedores diversos e que melhoram a eficácia dos GPS.
E nem só de GPS se alimentam os sistemas de posicionamento. Por exemplo, se um celular está em um local fechado onde o sinal de GPS não é muito bom, ativando-se o sistema de Wi-Fi do smartphone pode-se obter uma posição mais precisa do aparelho sabendo-se quais redes de Wi-Fi estão mais próximas dele. Como existe um banco de dados centralizado com a localização geográfica de uma infinidade de hotspots Wi-Fi, fica mais fácil saber onde o celular está conhecendo-se justamente os hotspots que estão mais próximos dele.
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