Você sabe quais são as diferenças entre cohousing, coliving e moradias flexíveis?

Oferecendo mais flexibilidade e praticidade, modelos alternativos de moradia ganham a preferência do público mais jovem

Embora os seres humanos sempre tenham vivido em sociedade, nos últimos tempos, esse costume parece ter se acentuado mais. Apesar da individualidade das pessoas nos tempos atuais, a tendência de socializar cresce, e isso tem reflexos nas formas de morar. Entre as razões que podem estar contribuindo para essa nova realidade, podemos listar a busca por flexibilidade no dia a dia, algo reforçado pela rotina intensa das pessoas.

Avelino Mira, CEO da Yogha, observa que, cada vez mais, precisamos de uma rede de pessoas que ajudem a tornar nossas rotinas mais leves. “Estamos dedicados ao trabalho, estudos, viagens, entre outras atividades, e fazer tudo sozinho é muito mais complicado”, destaca. E é nesse sentido que as tendências de moradia como o cohousing, o coliving e as moradias flexíveis são soluções cada vez mais procuradas.

Conceitos diferentes

Outro ponto é a vontade cada vez maior dos jovens de não terem uma moradia fixa, como indica a pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), que revelou que 70% dos entrevistados não têm preferência por um imóvel fixo. “O coliving, o cohousing e as moradias flexíveis têm uma mesma base: oferecer opções práticas e flexíveis de moradia”, esclarece Avelino. “Porém, são conceitos bem diferentes”.

O CEO da Yogha conta que o cohousing é um local onde as pessoas têm o seu imóvel (que pode ser alugado), mas dividem as áreas comuns, como cozinha, biblioteca, horta, jardim, etc. Trata-se de um conceito antigo, criado na década de 1970, na Dinamarca, onde o foco é a convivência com os vizinhos e o compartilhamento. Cada cohousing estabelece suas regras e princípios e os moradores compartilham os meios de transporte e demais serviços, com objetivo de economizar recursos naturais e aproximar pessoas, num convívio harmônico e com uma vida mais simples.

Já o coliving surgiu nos EUA, Canadá e Europa, mas, hoje, também possui adeptos em nosso país. Sua premissa reside em facilitar um aluguel flexível em uma comunidade, casa, apartamento ou prédio, onde se convive com pessoas que têm os mesmos interesses.  

Segundo Avelino, o coliving é muito popular junto aos millennials, pois é um espaço que tem, como foco, o relacionamento entre os moradores que estão em um mesmo ambiente, o compartilhamento de serviços e os impactos ambientais. “Além disso, é um ambiente que favorece de forma ativa a troca de experiências, o aprimoramento de habilidades e as oportunidades profissionais. Alguns têm coworking e ambientes de trabalho compartilhado”, prossegue o executivo.

Serviços compartilhados

Por fim as moradias flexíveis (ou “moradias por assinatura”) proporcionam uma operação ágil, feita totalmente de forma digital, dispensando procedimentos burocráticos. Elas flexibilizam os processos de locação e oferecem liberdade aos locatários, que podem escolher onde e por quanto tempo querem usar o imóvel. O locatário pode optar pelas modalidades short stay, mid stay ou long stay e ter, da mesma maneira, um contrato descomplicado e sem burocracia.

“É um modelo interessante para quem busca flexibilidade e gosta de conhecer outras localidades, unindo a rotina de trabalho com o lazer, uma vez que a pessoa pode conhecer outras cidades e ter outras experiências com liberdade e segurança”, observa Avelino. Outro fator relevante é que os empreendimentos são feitos ou adaptados com foco na oferta de moradias flexíveis, portanto, contam com serviços compartilhados e on demand, como lavanderia, academia e alimentação, entre outros.