Especialistas ensinam o “caminho das pedras” na hora de selecionar peças de decoração para seus ambientes
Por Redação Fotos Maura Mello
Embora muitas pessoas não atentem a esse fato, a escolha dos objetos decorativos para um ambiente pode ser tão trabalhosa quanto os serviços estruturais feitos no local durante uma obra. Isso porque, apesar de prazerosa, a seleção dos itens mais adequados ao espaço pode gerar uma série de dúvidas em quem é leigo no assunto.
Para responder a alguns desses questionamentos, as arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos (à frente do escritório Dantas & Passos Arquitetura) têm algumas dicas muito pertinentes a apresentar. Com ampla experiência na criação de ambientes bonitos e cheios de personalidade, elas ensinam o “caminho das pedras” na hora de escolher os objetos que melhor traduzam a personalidade do morador e assegurem o charme dos cômodos de uma casa ou apartamento.
Definindo a decoração
A regra número um é planejar os gastos, uma informação essencial para suas escolhas. A partir dessa informação, será possível “garimpar” os objetos de acordo com o valor disponível. Essa “matemática financeira” também delimita a quantidade de ambientes que contarão com objetos decorativos (que, geralmente, estão presentes na área social, como salas de estar e jantar, podendo se estender também para os dormitórios). “Caso não seja possível, dedicamos o enfoque para o social, que é o cartão de visita da casa”, afirma Danielle.
Uma vez que, nas etapas anteriores do projeto, profissional e cliente já definiram o estilo do layout (seja este clássico, contemporâneo ou industrial), o trabalho é selecionar objetos e obras de arte que se conectem a esse contexto. “Um décor sofisticado não combina com peças rústicas, mas podemos introduzir uma peça feita à mão e mais artesanal, desde que harmonize com as demais peças do ambiente”, ensina Paula.
Também é importante relacionar as cores e texturas presentes entre a parede e o chão e avaliar os tons de revestimentos, acabamentos e móveis escolhidos para o projeto. Mas o conjunto não estará completo se as sensações que essas peças proporcionam ao espaço não forem levadas em conta. “Nosso olhar é pautado na pergunta: que tipo de sentimentos um vaso de murano ou uma obra de arte transmitirá para moradores e visitantes?”, indaga Danielle.
A ideia é que elas transmitam sentimentos bons e leves, trazendo uma aura positiva e agradável para a residência. Nesse processo, a imersão nos gostos pessoais dos moradores contribui para que as profissionais escolham um elemento como ponto de partida e, a partir daí, definam o restante da produção. “Para um cliente apaixonado por obras de arte, nossa referência pode ser uma tela bastante expressiva”, explica Paula.
Paleta de cores
Outra dica das especialistas para não errar na decoração é definir e prezar por uma paleta de cores harmoniosa. “Invista em uma base mais neutra para, assim, eleger outra cor que será predominante no ambiente, sempre prezando por uma proposta cromática coerente. Os objetos não podem produzir incômodos e poluição visual na decoração, com aquela impressão de excesso”, ressalta Danielle.
Outra recomendação é assegurar-se de que as peças escolhidas para a decoração não interfiram na circulação dos espaços. “Para evitar o erro, vale comprar pensando no lugar a ser colocado o objeto. Além do nosso olhar, as lojas especializadas costumam contribuir bastante com um olhar direcionado para o estilo, cores e materiais que produzam uma coesão singular no ambiente”, diz Paula.
Em locais como a sala de estar, os objetos decorativos podem caminhar pela monocromia ou a força dos tons, apresentar um design mais industrial ou artesanal. As almofadas são essenciais e grandes aliadas para trazer cores e aconchego, enquanto as luminárias de piso e abajures proporcionam uma luz especial. Nas mesas laterais e de centro, livros decorativos, caixas de madeira ou madrepérola, vasos, esculturas e porta-retratos sempre permitem composições interessantes. Da mesma forma, quadros e fotografias são ideais para “vestir” as paredes.