Com imagens que “explodem” de tantos detalhes, TV Samsung UE65JS9000 SUHD faz jus ao status de produto Premium
Texto: Marcel Rabinovich
Mesmo alguém acostumado a testar os últimos lançamentos da indústria de áudio, vídeo e informática fica impressionado ao tirar a TV Samsung UE65JS9000 SUHD da caixa: trata-se de um produto que enche os olhos, seja pelo design, a tela curva, a harmonia estética com o suporte de mesa e os detalhes de construção. Nota-se, por todos os lados, que este é um produto Premium. Adicionalmente (e o que é mais importante), esta TV 4K oferece algumas das tecnologias mais atuais e revolucionárias que a fabricante oferece atualmente. O ponto alto desse conjunto de recursos para melhorar a experiência de assistir TV é a impressionante tecnologia de melhoria de cores e de contraste, que a Samsung chama de Nanocristais.
O leitor ficará feliz em saber que montar e fazer os ajustes básicos neste televisor é um processo bem rápido. A base é encaixada na tela e recebe quatro parafusos para fixar. Há apenas duas conexões no aparelho: uma é para o cabo de força e a outra, para uma caixa que concentra todas as conexões para os demais dispositivos que enviarão conteúdos para a TV. A Samsung dá nome a essa caixa: One Connect Box. O dispositivo se faz necessário porque a TV é fina e curva – adicionar todos os soquetes de conexão no equipamento estragaria o seu design. Por um lado, há uma vantagem visível: todos os cabos de conexão dos outros aparelhos ficarão escondidos, apenas dois cabos sobem por trás da TV. O resultado é uma instalação “limpa”.
Apesar do ponto positivo na tremenda simplicidade de montagem, fiquei com a impressão de que esta base não é firme o suficiente para equilibrar o peso do aparelho (algo que a Samsung poderia rever).
Features e conectividade
O que faz desse televisor um SUHD? Para a Samsung, o S é de “Super” Ultra High Definition. Primeiramente, O aparelho utiliza um sistema de cores estendido (DCI P3) que tem um espectro de cores mais amplo que outras TVs UHD – para um entendimento mais leigo, imagine uma caixa de lápis de cores com mais variações de tons.
Adicionalmente essas cores são dispersas e melhoradas pela tecnologia de Nanocristais – uma variante da tecnologia Quantum Dot, que outros fabricantes utilizam. A luz do LED, que retroalimenta o painel de imagem, passa por um filme extremamente fino e coberto por nanocristais semicondutores do tamanho de moléculas, que geram mais variações de cores, dependendo do formato específico de cada cristal. Esta segunda etapa amplia ainda mais a paleta de cores do televisor. Na tela, isso se traduz em cores mais vibrantes, maior saturação e maior espectro de cores, os quais criam um realismo espetacular que as TVs 4K convencionais não conseguem atingir.
A combinação dessas duas tecnologias resulta em uma reprodução de cores melhorada e fácil de ser aferida por nossos olhos: as imagens são mais vívidas, refinadas e claras. A tecnologia Nanocristais é tão boa quanto a Triluminous, da Sony, a única, em minha opinião, que rivaliza com os produtos da linha SUHD. Em cima dessa melhoria na parte de reprodução de cores, os aparelhos com designação SUHD da Samsung oferecem uma retroiluminação mais forte, para imagens mais brilhantes, que a fabricante coreana chama de Peak Illuminator Pro (os “marqueteiros” e seus nomes criativos!). O “molho especial” da tecnologia Peak Illuminator Pro é que esta eleva a luminosidade impulsionando o LED somente nas áreas mais claras da tela.
Para contrabalancear este aumento de luminosidade sem estragar as áreas bem escuras da imagem, a Samsung inseriu no produto a tecnologia Precision Black (aumentando o contraste da imagem por meio da otimização da emissão de luz do LED). Em resumo: a TV UE65JS9000 SUHD apresenta uma imagem muito mais clara e nítida onde é necessário, sem “embranquecer” as partes da imagem que devem ser escuras. Na prática, essas tecnologias do painel de imagem são muito fáceis de observar. A imagem é nitidamente melhor que de outros produtos mais antigos ou sem estes diferenciais.
Imagens melhores que as de outras TVs 4k, que já oferecem imagens impressionantes? Isso é um televisor “super” UHD! Assistir a conteúdos em resolução 4K sem compressão é uma experiência emocionante! Realmente, uma das primeiras ideias que nos passa pela cabeça é que estamos olhando através de uma janela, não para uma imagem reproduzida em uma TV.
Ainda no que tange a parte técnica relacionada à reprodução de imagens, o processador Octa-Core e a taxa de quadros Clear Motion 1440 (240 Hz real) trabalham em conjunto para criar suavidade nas imagens em movimento, especialmente necessários em imagens de ação de filmes em 4K e para videogames. Lembrando que a tecnologia Clear Motion deve ser usada com parcimônia, pois, em filmes, cria uma experiência visual que não agrada a todos.
A exemplo dos demais produtos UHD da Samsung, a UE65JS9000 SUHD oferece um pacote de conectividade completo para usufruir de tudo o que está disponível em conteúdos Web, Full HD e Ultra HD. Dentro de uma longa lista de tecnologias de compressão e streaming de áudio e vídeo em uso atualmente, destaco as mais recentes: HEVC, VP9 e HDCP 2.2 garantem que todo conteúdo 4K que esse televisor receber por set-top boxes das operadoras de TV a cabo, video on demand (Net Now, por exemplo), streaming de Internet (Netflix, Globosat Play, p.ex.) ou discos Blu-ray serão reproduzidos sem problemas.
Todas as conexões são feitas por meio do One Connect Box, que se conecta à TV através de um único cabo. O One Connect Box possui quatro entradas HDMI 2.0, três portas USB, uma entrada de videocomponente, uma de videocomposto, uma para cabo RF, uma conexão Ethernet RJ45, uma saída de áudio analógica (P2/3,5mm), uma saída de áudio digital (óptica), uma saída de IR (infravermelho) e conexão Wi-Fi. Segundo a Samsung, o televisor é “à prova de futuro” – e, se necessário, o One Connect Box será substituído por uma versão mais moderna quando surgirem novas tecnologias de conectividade e reprodução.
Normalmente esquecido em avaliações de produtos, o controle-remoto da TV é tão bom que merece um comentário. É construído com materiais de boa qualidade, tem design que combina com a TV, encaixa-se bem à mão, inclui botões de navegação (atalhos), um microfone para controle por voz e um apontador (pense em um mouse) para controle por movimentos. É de uso amigável e funciona muito bem! Apenas senti falta de um botão para trocar as entradas de sinal. Para quem já se habituou a usar um smartphone ou tablet para controlar seus equipamentos, a Samsung oferece, também, um app de controle-remoto para iOS e Android, com ótima usabilidade.
Perfomance
A TV UE65JS9000 SUHD roda o sistema operacional Tizen, plataforma desenvolvida pela Samsung para diminuir sua dependência do OS Android (e da Google). O Tizen foi desenvolvido para os smartphones da Samsung, mas, naturalmente, como as TVs estão ficando parecidas com tablets gigantes, este sistema operacional funciona muito bem no televisor. Sua operação é muito similar ao WebOS, da LG, e ao Android TV, presente nas novas TVs da Sony.
O Tizen causou excelente impressão. Foi otimizado para as operações e tela grande da TV, é intuitivo e roda muito rápido com o processador Octa-Core do aparelho. Pode melhorar, ainda, com alguns atalhos – para algumas operações, é necessário teclar vários botões virtuais/menus para se chegar a determinados ajustes.
Como em um smartphone, os aplicativos são parte fundamental desta TV “Smart”. Apesar de recém-lançado, o Tizen oferece uma grande variedade de aplicativos. Segundo o website da Samsung, são mais de 400 aplicativos para fazer video-chamadas (como skype), acessar as redes sociais (Twitter, Facebook etc.), serviços de streaming de vídeo, compartilhamento de imagem do smartphone na tela da TV, cursos, jogos, previsão de tempo etc. Até um despertador que sincroniza com o smartphone e liga a TV com previsão do tempo e compromissos da agenda! Os mais interessantes para usar em um televisor são os aplicativos de vídeos (obviamente!). Encontrei alguns bem interessantes, que já uso em minha casa: Netflix, YouTube, Crackle, Globosat Play 4K…
O design das TVs curvas chama muito a atenção e dá um toque de modernidade em qualquer ambiente. Quanto maior o tamanho da tela, maior é este efeito. O marketing da Samsung tenta nos convencer de que a tela curva dá maior imersão na imagem, maior sensação de profundidade, sensação de tela maior, maior contraste da imagem, menos reflexões na tela etc. Em minha opinião, não dá para notar nenhuma vantagem em relação às TVs de tela plana. Se há qualquer diferença, é muito sutil. A única diferença de imagem que pude conferir é uma pequena distorção para quem senta em um ângulo de visão muito distante do centro da TV. O gosto pessoal de cada um é que deve decidir se vale a pena comprar uma TV curva ou plana.
Outro problema – cuja solução, claro, não está nas mãos da Samsung – é a limitadíssima oferta de conteúdos em 4K. Hoje, as opções para assistir a vídeos em Ultra HD são poucas: Netflix, Globosat Play 4K e YouTube. Ainda assim, muitos dos conteúdos 4K estão severamente comprimidos (especialmente no YouTube) e a imagem resultante fica muito aquém da qualidade espetacular dos conteúdos 4K não-comprimidos. No fim do túnel, há uma luz de esperança: a chegada da nova geração de Blu-Ray Ultra HD, recentemente anunciada no mercado estadunidense. Com o UHD Blu-ray, este televisor poderá exibir todo o seu esplendor. A chegada do UHD Blu-ray representará um significante upgrade na história da TV doméstica, como foi a chegada das TVs Full HDs, há alguns anos.
A quantidade de conteúdos 4K para streaming online certamente aumentará no futuro próximo. Porém, os proprietários destes conteúdos enfrentam um grande desafio: a capacidade das redes de Internet e a conexão que os usuários têm em suas casas. Se o conteúdo for muito comprimido para economizar banda de Internet, a imagem não será muito melhor que o Full HD com o qual estamos habituados atualmente; se não tiver compressão nenhuma, os usuários não conseguirão assistir em casa, por velocidade inadequada – tanto da rede externa (provedor de Internet) quando da rede interna da casa (que precisa ser cabeada para aguentar a taxa de transmissão do 4K). A Netflix recomenda, para assistir a filmes e séries com qualidade de imagem 4K, que o usuário tenha uma conexão de, no mínimo, 25 Mbps. Esta velocidade é apenas para o streaming da Netflix, para um único monitor. Se a casa tiver uma família com pessoas fazendo outros usos da Internet ao mesmo tempo, ou assistindo ao Netflix em outras TVs, a velocidade contratada deve ser muito superior a este valor. Ou seja: isso ainda é um desafio para a nossa realidade.
Para ser justo, no presente momento, esta TV é capaz de impressionar os olhos mais exigentes. Já em um dos primeiros conteúdos que usei para realizar os testes – a sequência de abertura do seriado House of Cards, na Netflix (em 4K) –, percebi a grande evolução tecnológica que entrará em nossos lares com o formato Ultra HD. Hoje, apesar das limitações do acervo de conteúdos 4K, você pode reproduzir um Blu-ray (com resolução de 1080p) e testemunhar essa TV extrair cada fragmento de detalhe da imagem, arremessando-os em seus olhos. Com conteúdos 4K pouco comprimidos, a sensação de êxtase se intensifica: as imagens “explodem” de tantos detalhes! A TV UE65JS9000 SUHD é um produto soberbo.