Arquiteta dá dicas valiosas para decorar propriedades com pequenas metragens
É uma tendência indiscutível: os lares, a cada ano, se tornam progressivamente menores e mais integrados, refletindo os novos hábitos das pessoas, que tendem a formar famílias mais “enxutas”. Acompanhando essa mudança, o setor de arquitetura e decoração conta com boas dicas para quem deseja ter uma tiny house (mini-casa) bonita, confortável e com muito estilo.
Segundo a arquiteta e urbanista da Criare Campinas, Rafaela Costa, a marcenaria planejada é o coração de uma mini-casa. Ela destaca que adaptar armários e optar por móveis reversíveis e funcionais podem ser estratégias que permitam transformar um mesmo cômodo em dois ou três, maximizando suas funções.
FUNCIONALIDADE
De fato, mesmo optando por viver em um imóvel pequeno, as pessoas não abrem mão da organização e da funcionalidade. Assim, é determinante encontrar soluções de armazenamento eficazes que não ofusquem a beleza e o estilo dos cômodos.
“Temos projetos em que uma única bancada pode ser utilizada como apoio da cozinha, sala de jantar, living e, com uso de um painel móvel, criar um ambiente privativo para uso como home office”, prossegue Rafaela. “Uma sala de TV pode ser fechada com uma porta de correr e virar um dormitório extra. A porta de um armário pode comportar o painel de uma TV, em casos onde o dormitório é reduzido. Esse aproveitamento de espaço pode, até mesmo, fazer com que o mesmo televisor seja reversível tanto para a sala, quanto para o quarto, com o uso de um painel giratório. É uma forma de otimizar o espaço de forma inteligente sem abrir mão de nada.”
A especialista afirma que a palavra-chave é “planejamento”. O projeto tem que estar adequado às necessidades do morador, o que evita a criação de espaços que não serão usados frequentemente e ajuda a definir funcionalidades que irão facilitar sua vida nas tarefas diárias.
MINIMALISMO
Ainda segundo Rafaela, o sucesso das mini-casas comprova que a funcionalidade e o design podem andar juntos, mesmo com as limitações de uma metragem modesta. “O conceito minimalista é uma tendência forte de decoração e prova que todo espaço, por menor que seja, pode ter conforto, beleza e funcionalidade, se for ser bem pensado para receber um layout e marcenaria planejados”, destaca a arquiteta.
Muito em alta, o estilo industrial costuma abusar de estantes e prateleiras com uso do metal e objetos à mostra, mas deve ser pensado e repensado antes de ser executado em espaços pequenos. “É uma tendência que deve ser usada com cuidado, sobretudo nas cozinhas, onde normalmente temos uma quantidade considerável de utensílios que dificilmente podem ser apresentados de uma forma bonita e organizada”, pontua Rafaela. “Em ambientes pequenos é importante ter, pelo menos, mais um armário, fechado, para acomodar todos os utensílios que não vão ficar bonitos na sua prateleira.
Da mesma forma, cores muito vibrantes não são indicadas em espaços pequenos. Segundo a arquiteta, o ideal é apostar em tons mais claros, que dão uma sensação de amplitude ao ambiente. “A mesma regra vale para uma boa iluminação, que valorize os detalhes”, complementa a especialista. “O uso de espelhos também dá a sensação de que o cômodo é maior.”
Quem vive nesses pequenos espaços geralmente tem pouco tempo para a manutenção e a limpeza da casa. “Quando projeto uma cozinha, penso em vários detalhes para tornar o uso mais prático: lixeira, escorredor de pratos e outros objetos, como porta-temperos, podem ser embutidos para otimizar o espaço”, conclui a arquiteta. “Para facilitar a limpeza dos móveis, recomendo usar menos objetos e evitar texturas, porque podem acumular sujeira. Superfícies lisas são rápidas e práticas de limpar”.