Atemporal e cheia de charme, camurça é um elemento que traz leveza e personalidade aos projetos de interiores
Fotos Evelyn Muller, Leandro Furini e Nenad Radovanovic
Com um apelo estético que nunca perde a validade, a camurça é um elemento que pode fazer grande diferença em um projeto de interiores. Elegante, ela ainda providencia uma sensação calmante ao toque, ao mesmo tempo em que amplia o conforto acústico do ambiente.
Não por acaso, está presente em muitos espaços de bom gosto, inclusive, aqueles idealizados pela arquiteta Andrea Teixeira, à frente do escritório que leva seu nome. A especialista gosta de trabalhar com esse material, que tem lugar cativo nos projetos que assina.
“Eu recomendo o uso quando queremos adicionar uma textura para deixar o ambiente ainda mais aconchegante e elegante”, diz a arquiteta, que também exalta a atemporalidade do toque felpudo. “Sem dúvidas, a camurça está no rol de elementos sempre muito bem aceitos nos projetos, pois o visual e o sensorial agradam os clientes logo no primeiro contato”.
PROPOSTAS DIVERSAS
No que tange o ecletismo da camurça, Andrea conta que é possível empregá-la tanto em espaços com uma proposta mais clássica quanto em soluções com um viés mais inovador. Umas das referências mais habituais desse material reside no revestimento de mobiliários, como poltronas, cadeiras e sofás, tornando-a facilmente exposta em livings e varandas com uma atmosfera convidativa e acolhedora. Mas sua relevância para o décor se estende a todos os outros ambientes da casa, desde que seja incluída no projeto com uma avaliação precisa de um profissional da área.
“Para que ela seja bem trabalhada, é importante pensarmos no modo como será usada e qual efeito queremos que adicione no espaço”, revela a arquiteta. Essa análise também abre o leque para a escolha do tipo do produto, que pode ser a natural, extraída da parte inferior da pele do animal (o que implica em um certo grau de dificuldade no que se refere à manutenção) ou a sintética, que propicia as mesmas funções e tem a mesma aparência. Andrea acrescenta que essa última opção oferece um preço mais acessível, além de ser ecologicamente correta.
CONFORTO SONORO
Para além de seus atributos decorativos, a camurça proporciona um bom isolamento sonoro devido à espessura do material, que ajuda atenuar a saída de som para além do espaço delimitado, bem como a entrada dos ruídos externos. “A camurça é muito funcional quando o objetivo é conceber uma sala de cinema dentro de casa, deixando os momentos de assistir a filmes, séries e novelas muito mais imersivos com essa absorção sonora”, ressalta Andrea.
A especialista também é a favor de combinar a camurça com outros materiais, como a madeira (o que pode resultar em composições muito elegantes), e destaca que todos os seus benefícios ganham um novo significado quando ela é inserida no dormitório. Afinal, todos os principais objetivos desse ambiente são atendidos pela camurça: o aconchego tão fundamental para um sono de qualidade e o conforto sonoro.
Além das tradicionais cabeceiras, é possível aproveitar o material em outros lugares, como o painel da TV. Os dormitórios mais compactos, como os de solteiro, também podem (e devem) usufruir dos benefícios do material. “No caso das cabeceiras, é interessante analisar o dormitório como um todo e pensar no layout e na metragem para, só então, elaborar a peça com o encaixe perfeito”, conclui a arquiteta.