Apartamentos e casas com metragens menores e espaços integrados

Arquitetas dão dicas valiosas para valorizar e tornar mais confortáveis os ambientes de casas e apartamentos compactos

Fotos Maura Mello

Refletindo o ritmo e as necessidades da sociedade atual, tanto os imóveis como a decoração “mudaram de cara” em tempos recentes. Hoje, a tendência das construtoras é apostar em apartamentos e casas com metragens menores e espaços integrados.

Danielle Dantas, sócia de Paula Passos no escritório Dantas & Passos Arquitetura, observa que o conceito da integração, além de oferecer uma estética interessante às novas residências, também traz uma sensação de maior amplitude aos cômodos.

Já a arquiteta Paula Passos destaca que a integração oferece vantagens tanto para pequenos imóveis como para outros com metragens maiores, já que esse olhar contemporâneo da arquitetura promove funcionalidade e fluidez, além de garantir maior alcance da iluminação natural e da luz do sol no imóvel.

ABRANGÊNCIA VISUAL

“Muito além de aumentar a abrangência visual dos espaços, sempre digo que a ligação entre ambientes influi positivamente no convívio familiar e social”, prossegue Paula. Mas a arquiteta faz uma ressalva importante: não é possível integrar um projeto em sua totalidade, já que, no dia a dia, as pessoas necessitam de alguns momentos de privacidade para atividades que exigem concentração (por exemplo, estudar ou ler um livro).

Portanto, a setorização de espaços também traz um desafio aos especialistas da área, que precisam pensar em formas de unificar os espaços e, ao mesmo tempo, marcar visualmente as propostas idealizadas para cada cômodo.

Tapetes são um artifício muito utilizado para delimitar os ambientes das áreas sociais. Passando ao mobiliário, aparadores são peças estratégicas, pois ajudam a esconder e suavizar as costas de sofás (além de serem úteis para decorar ou dar suporte ao outro espaço a que estão voltados). Os bancos também podem ser usados na hora de setorizar áreas. 

“São peças horizontalizadas de que gostamos muito”, afirma Danielle “Sem contar a possibilidade de escolher de acordo com o estilo da decoração que estamos trabalhando no projeto”.

INDIVIDUALIDADE

Uma forma comum de definir os ambientes é por meio do próprio mobiliário. Mesmo integrados, os espaços são demarcados pelo seu tipo de uso. Em lugar das paredes de alvenaria, painéis de marcenaria ou elementos móveis, como biombos, servem como divisória entre os espaços. Junto com eles, soluções criativas especificadas pelas profissionais garantem ainda mais individualidade aos projetos. Por exemplo, apostar na instalação de pisos diferentes, como o porcelanato na cozinha e a madeira na sala.

As arquitetas, porém, observam que é importante avaliar muito bem as possibilidade antes de implementá-las, pois a decisão pode acabar comprometendo imóveis pequenos. “Nesse caso, mais de um revestimento pode diminuir a amplitude visual”, afirma Paula. “Assim, buscamos um único tipo de piso que seja elegante e perfeito para o uso no dia-a-dia, principalmente em áreas mais intensas com o uso de água, como cozinha e área de serviço”. 

Outras formas criativas e versáteis de balizar os ambientes são dividir a sala com uma meia parede baixa, ou separar os cômodos com venezianas móveis. E ainda, aplicar uma parede vazada com cobogós ou marcenaria ou executar uma estante vazada, que ainda ajuda a manter o espaço organizado. “Também costumamos empregar os painéis de vidro ou madeira que recolhem todas as folhas juntas, deixando o espaço aberto ou fechado de acordo com a necessidade de uso”, conclui Paula.

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