cCozinha o lugar mais charmoso da casa

A arquiteta Alessandra Gandolfi tem boas dicas para quem dar uma repaginada na cozinha, tornando-a mais bonita e funcional

Lembra daquele tempo em que a cozinha era apenas um espaço funcional da casa, que as pessoas só frequentavam na hora de cozinhar ou fazer as refeições? Pois é – aqueles tempos já eram! A cozinha, assim como as varandas e outros espaços das residências que foram negligenciados durante décadas, foi ressignificada nos últimos anos, ganhando maior relevância, também, nos projetos de arquitetura e decoração.

Mas, afinal: qual é a receita de uma cozinha perfeita? Que características o ambiente precisa ter para que possa corresponder às atuais expectativas dos moradores? Com muito conhecimento sobre o assunto, a talentosa arquiteta Alessandra Gandolfi tem algumas dicas que podem tornar sua cozinha o lugar perfeito para compartilhar bons momentos com a família e os amigos.


A marcenaria planejada é uma aliada na hora de projetar uma cozinha funcional | Foto: Marcelo Stammer

Praticidade: um ingrediente importante

Apesar de hoje ser mais valorizado nos projetos de decoração de interiores, o ambiente não perdeu sua característica essencial: este deve ser um espaço “prático” da casa. Logo, a funcionalidade continua em alta nas cozinhas, que devem contar com bons acessórios e uma organização impecável.

Isto envolve talheres, panelas, marcenarias planejadas com gavetões basculantes, portas e gavetas vazadas, e mesmo divisórias estratégicas, lixos embutidos, torres de fornos e cooktops. Alessandra destaca que todos os elementos devem estar à mão, para que a arte de cozinhar seja exercida com prazer. “Também é essencial utilizar materiais que sejam fáceis para a manutenção no dia a dia e que garantam a segurança do ambiente, como pisos não escorregadios e superfícies laváveis, por exemplo” acrescenta a especialista.

Neste projeto, o azul ganha continuidade desde a parede da cozinha até outros ambientes da casa | Foto: Eduardo Macarios

Revestimentos

No que se refere aos revestimentos, muitas são as opções disponíveis. E a mais indicada sempre será aquela que atender a um estilo ou necessidade específica. Segundo Alessandra, se você for o tipo de pessoa que busca eficiência e agilidade, o ideal são as superfícies ultracompactas, como o Dekton e o Laminatto, que não mancham, suportam bem o calor e são muito resistentes e duradouros.

Os Quartzos e Silestones são alguns dos minerais mais duros encontrados na Terra, ou seja, cumprem muito bem o desempenho esperado para as bancadas e ainda oferecem diversas cores em tons lisos que dialogam perfeitamente com a decoração do espaço. Por outro lado, os granitos também têm seus atrativos, que incluem a praticidade e o bom custo-benefício. Entretanto, esteticamente, eles limitam um pouco o projeto de decoração, já que possuem uma aparência muito característica.

Para driblar esse último revés, a arquiteta recomenda o porcelanato, disponível em várias estampas, texturas e acabamentos. Muito utilizado no revestimento de bancadas, o material é durável, mas exige mão de obra especializada para ser instalado. Já os mármores, na opinião de Alessandra, são os menos indicados para esse tipo de composição, com exceção do Mármore Branco Paraná. Com uma resistência muito similar ao Granito, o Mármore Paraná tão bonito que pode ser usado em cozinhas (desde que seja impermeabilizado).    

A sanca no teto cria uma iluminação indireta para o ambiente | Foto: Marcelo Stammer

Iluminação e eletrodomésticos

A exemplo de outros ambientes, a cozinha pode ser muito valorizada por um bom projeto de iluminação. Afinal, ela pode alterar a cor dos alimentos e até estimular em nosso bem-estar. A recomendação de Alessandra é adotar uma luz geral (visando o aspecto funcional do ambiente) e complementá-la com spots pontuais na área da bancada e nos locais onde as refeições são preparadas.

“Em segundo plano, podemos criar uma iluminação indireta em nichos, rasgos em lugares estratégicos, com o intuito de gerar aquela sensação agradável que acolhe e aconchega”, diz a arquiteta. Outra dica é trabalhar as cores em detalhes pontuais, o que resultará em um cenário mais colorido e marcante. Entretanto, as opções não devem destoar da estética adotada no restante da casa, especialmente se a cozinha for estruturada em um conceito aberto.

Restam os eletrodomésticos, que preferencialmente devem corresponder às necessidades modernas (sendo uma delas a conectividade). Alessandra conclui destacando que é necessário ter em mente o formato que você deseja organizar utensílios e eletros. “Seja de forma aparente, deixando-os expostos como parte do décor, ou guardados em locais específicos, use e abuse da imensa variedade de artigos que existem no mercado para facilitar a rotina”, conclui a arquiteta.