As arquitetas do Studio Tan-gram dão as dicas para quem quer ter uma cozinha bonita

As arquitetas do Studio Tan-gram dão as dicas para quem quer ter uma cozinha bonita, funcional e acolhedora

Graças ao bom gosto e à inventividade dos arquitetos, que não cansam de reimaginar os espaços das residências, atribuindo-lhes novos significados e funcionalidades, as cozinhas estão se tornando ambientes repletos de charme e estilo. Elas também adquiriram uma importância maior nas casas e apartamentos, em sintonia com as mudanças de comportamento das pessoas.

Como explica a arquiteta Claudia Yamada, sócia do Studio Tan-gram ao lado de Monike Lafuente, esses espaços se tornaram um centro social das residências – aquele cantinho gostoso onde as pessoas conversam e confraternizam. “Nesse contexto, as cozinhas ainda nos possibilitam um visual mais amplo, sem tantas paredes dividindo e fechando espaços”, complementa a especialista.

Tendência em alta

A integração de espaços da área social é justamente uma das tendências mais fortes nesse momento em que os imóveis se tornam cada vez menores. A cozinha, por exemplo, passou a se conectar com ao living e deixou de ser um ambiente isolado, restrito apenas ao preparo das refeições.

Altamente em voga é a ideia de cozinhas guarnecidas com ilhas e bancadas, uma aspiração de muitas pessoas. Inclusive, tanto as penínsulas como as ilhas são boas alternativas para ajudar na transição e demarcação do espaço da cozinha integrada. Entretanto, nem todos estão familiarizados com as questões técnicas envolvidas na concepção de um ambiente com essas características.

Segundo as profissionais do Studio Tan-gram, ilhas são espaços sem qualquer conexão com móveis ou paredes e permitem a circulação de pessoas em toda a sua volta. Já as penínsulas têm uma de suas laterais ligadas à uma parede ou a móveis adjacentes e costumam funcionar melhor em cozinhas menores, por não haver a necessidade de deixar um espaço de circulação confortável para os quatro lados da área.

Reconhecendo o terreno

As especialistas afirmam que a primeira coisa a ser feita na hora de começar a viabilizar a cozinha de seus sonhos é considerar o espaço disponível no ambiente. Ilhas, por exemplo, funcionam melhor em ambiente generosos. “A circulação mínima, em cada uma das faces da bancada ilha, deve ser de 90cm”, prossegue a arquiteta Monike. “Ou seja, a cozinha mais ampla é realmente um pré-requisito básico para termos uma área moderna e sem o incômodo de pessoas se esbarrando durante a execução das receitas ou no lavar louças”.

Mas vale lembrar que, mesmo no caso de apartamentos bastante “enxutos”, dá para instalar uma península ou ilha, desde que estas sejam mais simples. As arquitetas acrescentam que as ilhas não costumam aparecer nesses ambientes por deixá-los com um visual ligeiramente “claustrofóbico”, mesmo quando o lar dispõe das medidas necessárias.

As ilhas devem ter entre 90 e 95cm, embora essa medida também possa variar conforme as necessidades de cada morador. “Para os mais altos, por exemplo, há a necessidade de subir um pouquinho a altura”, diz Claudia Yamada. “Com os mais baixos, o caminho é inverso. Assim, todos podem cozinhar confortavelmente, mas o mais comum é seguir a linha dos 90cm, mesmo.

Para aqueles que almejam ter um cooktop na ilha, mas não abrem mão de um frontão, as arquitetas lembram que, nesse caso, é necessário subir uma parte da ilha para servir de frontão para o cooktop. Normalmente, essa área fica aproximadamente 15cm maior e se torna uma bancada mais alta para quem está do outro lado. “É o que chamamos de bancada com altura de bar”, explica Monike Lafuente. 

Retoques finais

Os revestimentos utilizados na ilha costumam ser os mesmos da bancada de trabalho e da cuba. As arquitetas destacam a necessidade de se adotar um padrão, para que o resultado estético seja coeso. Na opinião de Claudia, o quartzo é uma opção excelente no que se refere ao custo-benefício, leque de tonalidades e homogeneidade de textura, o que facilita a hora da limpeza. “É um material bem resistente e não se trata de uma pedra trabalhosa e que mancha com facilidade”, pontua a especialista. Gastando-se um pouco mais, também é possível optar pelo revestimento sintetizado Neolith, que ainda é antibacteriano e resistente ao fogo.

Evitando a presença de fumaça e odores durante o preparo das refeições, as coifas são um item indispensável. Segundo as especialistas, os depuradores de ar não conseguem desempenhar essa função tão bem. Para aqueles que acham que a coifa faz muito barulho, hoje em dia já é possível contar com a instalação do motor do equipamento embutido ao forro da casa, o que reduz muito o ruído.

Por fim, vale ressaltar que tanto as ilhas como as bancadas e penínsulas ajudam as cozinhas modernas a desempenhar o papel social que cumprem atualmente, criando um espaço acolhedor. “Gostamos de dispor a bancada na altura padrão de uma mesa de jantar justamente para oferecermos aos moradores o conforto e a praticidade de ter mais um lugar para almoços e jantares”, conclui Claudia. Nesses casos, é preferível o uso de cadeiras ao invés de banquetas, que são mais adequadas quando a proposta não é usá-las por muito tempo, uma vez que não são tão ergonômicas quanto as cadeiras.

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