arquiteta Marília Junqueira, à frente do escritório MAJ Arquitetura, estreia na exposição com o ambiente.

“Cabana do Parque”: Marília Junqueira estreia na CASACOR São Paulo com espaço que convida à introspecção e à reconexão

Fotos: Evelyn Muller

Entre os dias 27 de maio e 2 de agosto de 2025, o Parque da Água Branca, em São Paulo, recebe mais uma edição da CASACOR, a maior e mais influente mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo da América Latina. Neste cenário inspirador, a arquiteta Marília Junqueira, à frente do escritório MAJ Arquitetura, estreia na exposição com o ambiente “Cabana do Parque” – um refúgio sensível que propõe desaceleração, descanso e contato sensorial com a natureza.

DESACELERAR

Com 50m², o espaço integra cozinha, living e quarto em uma interpretação poética e delicada do tema da mostra deste ano, “Semear Sonhos”. A proposta da arquiteta parte do desejo de criar um abrigo em meio ao caos cotidiano, onde o tempo parece desacelerar e a vida pode ser sentida em um novo ritmo. A cabana apresenta contornos contemporâneos e acolhedores, convidando à introspecção e à reconexão com o essencial.

A narrativa do projeto se apoia na sobreposição de texturas e na convivência entre elementos do passado e do presente. Peças reaproveitadas, como o piso original de madeira, portas e esquadrias, ganham nova vida ao lado de materiais desenvolvidos especialmente para o espaço, como vigas de madeira natural entrelaçadas com tecido, que conferem leveza e organicidade à composição. Destaque também para o pórtico que emoldura a principal abertura da cabana: ali, cama e banheira elevada dividem o espaço em uma proposta sensorial que convida à pausa e à contemplação.

CONEXÃO COM O ESSENCIAL

As superfícies verticais recebem painéis de madeira em réguas de diferentes proporções, estabelecendo ritmo e fluidez à arquitetura interior. A paleta de cores prioriza tons neutros e texturas naturais, com nuances suaves que favorecem a introspecção e o bem-estar. “A ideia foi criar um espaço que acolhe o corpo e acalma a mente. Cada cantinho foi pensado como um estímulo sensorial: a textura dos materiais, a iluminação suave e os elementos naturais ajudam a proporcionar essa sensação de respiro”, explica Marília.

O mobiliário segue a mesma lógica afetiva e equilibrada: peças contemporâneas se misturam a objetos com memória, como um baú garimpado que promete ser um dos destaques da cabana. Ao trazer a história do antigo para o novo, a arquiteta reforça o elo emocional entre o ambiente e seus ocupantes, resultando em um espaço que preserva o tempo sem abrir mão da leveza e da sofisticação.

Sustentabilidade também é um pilar essencial do projeto. A iluminação é 100% em LED, obras de arte e objetos foram confeccionados com materiais reciclados, e todos os elementos reaproveitados passaram por restaurações cuidadosas que aliam durabilidade e estética. Mais do que beleza e funcionalidade, a “Cabana do Parque” propõe um novo modo de habitar, em sintonia com os ciclos naturais e com a presença sensível do ser humano.

Com esse projeto, a MAJ Arquitetura lança um olhar mais atento à coexistência entre o ser humano e o meio em que vive, apostando em uma arquitetura que respeita o tempo, valoriza o essencial e promove uma convivência mais consciente, afetuosa e sensorial com o mundo ao redor.