pesquisa do NZN Intelligence

Pesquisa realizada pelo NZN Intelligence mostrou que os consoles se mantém a plataforma preferida dos gamers brasileiros

Apesar da chegada de smartphones e TVs com características gamers ao mercado, os aficionados por jogos do Brasil ainda preferem curtir seu hobby de forma tradicional: ou seja, utilizando os bons e velhos consoles. A revelação foi feita por uma pesquisa do NZN Intelligence, que também aferiu a frequência com que os gamers jogam e o quanto esse público está disposto a gastar na hora de investir em novos produtos. A pesquisa foi aplicada por meio de formulário no site TecMundo, uma das verticais proprietárias da NZN, que coletou dados sobre idade, gênero e respostas específicas sobre o comportamento desse público-alvo.

Entre os respondentes, um montante de 82,7% se identifica com o gênero masculino e 9,1% com o gênero feminino. 5% preferiram não responder. Quanto à faixa etária, a maioria dos participantes (45,3%) têm entre 18 e 24 anos; 32,7% têm entre 25 e 34 anos; 14% estão na faixa etária que abarca dos 35 aos 44 anos; 4% têm entre 45 e 54 anos; 2,3% dos respondentes têm entre 55 e 64 anos; e somente 1,7% está acima dos 65 anos.

Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que existem, hoje, 242 milhões de celulares inteligentes em uso no país, para cerca de 215 milhões de habitantes. Entretanto, como apontou a pesquisa da NZN Intelligence, 41,9% dos respondentes ainda consideram os consoles a melhor plataforma para jogar. Já os desktops e celulares são os preferidos de 39,2% e 19%, respectivamente, dos gamers.

SONHO DE CONSUMO

Editor do Voxel (canal do TecMundo sobre jogos eletrônicos), Vinicius Munhoz acredita que isso se deve ao fato de os consoles serem considerados “sonhos de consumo” para muitos. Ademais, os maiores lançamentos e games de peso ainda estão concentrados nos consoles. Apesar disso, o uso dos celulares nesse nicho vem crescendo.

“Os jogos de console e PC, e os próprios dispositivos, são bem caros, não sendo acessíveis para a renda média brasileira. No celular, o usuário consegue jogar até mesmo games de peso, em nuvem, dependendo apenas da conexão à Internet e da assinatura de um serviço”, prossegue Munhoz. Outro editor do Voxel, Ruan Segretti acrescenta que os smartphones, principalmente no Brasil, são a melhor porta de entrada para a indústria.

Segundo o especialista, atualmente existem centenas de jogos de PC e consoles com versões para smartphones exatamente para se chegar à faixa da população que não tem condições de adquirir uma plataforma mais cara. “Com a popularização de serviços em nuvem, a tendência é que o mercado de ‘celulares gamers’ cresça”, acredita Segretti. “Mas, entre as pessoas que têm condições de comprar um console ou um PC, estas acabam sendo mesmo as plataformas preferidas, em detrimento dos celulares”.

GÊNEROS EM ALTA

Já no que diz respeito aos gêneros de jogos, a pesquisa mostrou que os games de ação seguem como os prediletos do público brasileiro (71%). Em seguida, vêm os do tipo RPG (50,6%), simulação (41,7%), estratégia (37,3%) e esporte (25,6%).

Ruan Segretti define os jogos de ação e aventura como “coringas do entretenimento” e destaca o fato de serem mais amigáveis em termos de jogabilidade que os de luta, corrida ou RPG, que exigem mais prática e domínio técnico. “Por isso, esses gêneros, apesar de atingirem muitos jogadores, são mais nichados”, explica. “A Sony é uma grande especialista em jogos de ação e aventura. Alguns exemplos são God of War, The Last of Us e Uncharted, um sucesso absoluto, por serem mais amigáveis de se aprender a jogar e acompanhar.

Na hora de buscar informações sobre games, a maioria dos usuários disse recorrer, com a possibilidade de assinalar mais de uma opção, ao Youtube (70,3%), Google (58,6%), redes sociais (21,3%) e amigos e familiares (15,1%). Os gamers também se informam por lives (Twitch, Nimo TV, Facebook Gaming, entre outras plataformas), que somaram 14,3% das respostas.

Em termos de frequência, 41,1% dos respondentes afirmaram jogar todos os dias, enquanto 32,2% jogam de 1 a 2 vezes na semana e 26,7% afirmaram se dedicar aos games de 3 a 4 vezes na semana. Por dia, 57,9% dos gamers jogam entre 1 e 3 horas, enquanto 25,9% preferem jogar por um período de 3 a 5 horas e 16,2% jogam por mais de 5 horas.

Ainda segundo a pesquisa do NZN Intelligence, apesar de tantas possibilidades de conexão, a maioria dos gamers brasileiros (51,2% dos respondentes do estudo) preferem jogar sozinhos. Para 33,8%, o melhor é jogar com amigos, enquanto 15,1% alegaram jogar prioritariamente online, com desconhecidos.

Outra questão incluída na pesquisa foi: quanto os aficionados gastam mensalmente na aquisição de jogos ou atualizações? 50,1% disseram desembolsar até R$ 50, enquanto 25,1% responderam que gastam entre R$ 50 e R$ 100 e 9,4% afirmaram gastar entre R$ 100 e R$ 150. Apenas 7,3% desembolsam entre R$ 150 e R$ 300 e 8,1% podem gastar mais de R$ 300.

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