Por Roberto Blatt Fotos Shutterstock.com
De que forma a inteligência artificial afetará o futuro das carreiras e dos empregos?
Diz-se que a inteligência artificial (IA) não necessariamente destruirá carreiras e profissões. Pelo menos a inteligência artificial que está por trás do ChatGPT-3 afirma que “a inteligência artificial (IA) tem o potencial de transformar muitas indústrias e ocupações, e é possível que algumas carreiras sejam afetadas pela adoção da IA. Não obstante, isso não necessariamente significa que a IA destruirá suas carreiras.”
O que muitos dizem é que a IA poderia ajudar na melhoria da eficiência e da produtividade em muitos ramos. E assim, os trabalhadores poderiam se concentrar em tarefas mais “nobres”, de maior valor agregado. Os trabalhadores com atividades extintas para humanos poderiam ser requalificados positivamente, o que valorizaria seus currículos e lhes daria maior satisfação, ao fazer o cérebro aprender coisas novas.
Entre as atividades e profissões mais beneficiadas estariam as relacionadas à tecnologia, como o desenvolvimento de software, a análise de dados, a robótica e o próprio desenvolvimento da inteligência artificial.
Com mais trabalhadores habilitados e mais produtivos, haveria mais tempo ocioso para todos, que, assim, poderiam dedicar mais tempo à família e ao lazer. Será mesmo? Pois muitos pensaram que o surgimento do computador eliminaria muitas tarefas do dia a dia das pessoas – mas, como se foi verificando, novas tarefas surgiram e o tempo pareceu ficar mais escasso ainda.
Mas, desta vez, não é o que parece que estar ocorrendo: máquinas ocupando cada vez mais os lugares de trabalhadores geram ociosidade para muitos deles (o que, ao menos por ora, tende a gerar desemprego ou “desocupação”). Assim, por exemplo, atendentes de telemarketing poderão virar algo raro (desde que os chatbots não soem mais tão “robóticos”, por favor!).
Porém, a IA também pode gerar novos trabalhos nestas indústrias, como manutenção e reparação dos próprios sistemas de IA, e os operadores dispensados do telemarketing poderiam ser retreinados para trabalhar nestas novas áreas.
Em resumo, a IA tem o potencial de transformar muitas indústrias e carreiras, e é possível que alguns trabalhadores sejam afetados. No entanto, ela também pode criar oportunidades de trabalho e melhorar a eficiência e a produtividade em muitas indústrias. É importante que os trabalhadores estejam preparados para se adaptar a essas mudanças e adquirir novas habilidades para garantir sua aplicabilidade no futuro.
RENDA MÍNIMA?
Uma possibilidade é que a automação das atividades gere desemprego em certos setores, levando a uma necessidade de programas de apoio aos desempregados. Uma saída seriam programas de renda mínima. Com a sociedade cada vez mais produtiva e o (espera-se!) consequente aumento da riqueza, haveria espaço para se criar tais programas, geridos com mais eficiência e menos desperdícios, já que seriam administrados… pela inteligência artificial…
Por outro lado, as pessoas beneficiadas não se sentiriam improdutivas? Por outro lado, ainda, não seriam muitos os que se acomodariam com ela e deixariam de querer aprender novas atividades ou trabalhar?
São questões que devem ser colocadas em discussão “desde ontem”. E discussões já estão ocorrendo. Com a falta de emprego, a Renda Básica Universal – ou Renda Mínima – já é apontada por pessoas influentes, como o ex-presidente Barack Obama e Mark Zuckerberg, do Facebook, como uma alternativa de instrumento que garanta a dignidade às pessoas. Já está sendo aplicada com sucesso em países subdesenvolvidos – e não somente neles, pois até a Finlândia a implementou.
Em termos práticos, ela deve ser provida pelo Estado e satisfazer necessidades básicas do ser humano, como moradia, alimentação, saúde, educação; ser universal, no sentido de atender a toda a população, e sem condições prévias, como estar desempregado ou não (o que tomaria um tempo para se implantar o programa, visto a necessidade premente de se atender às classes bem mais desfavorecidas na pirâmide social). Ademais, o ideal é que a tal renda fosse garantida por toda a vida dos beneficiados.
CONCLUSÕES(?)
Haverá desemprego em massa com o avanço da IA? Ou as novas funções que vão surgir em decorrência desse avanço vão compensar o desparecimento de empregos mais tradicionais? A resposta está no meio do caminho – e ainda há tempo para se fazer a sintonia fina.
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