Novos projetos de decoração apostam na tendência do “Slow Morning”.

Visando o bem-estar e o equilíbrio, prática do “Slow Morning” propõe um estilo de vida mais “desacelerado” e ganha relevância na decoração

Que tal adotar um novo ritmo em seu dia-a-dia, colocando a pressa e a ansiedade de lado e aproveitando melhor cada momento de suas manhãs? Vestir-se com roupas confortáveis e se dedicar a uma sessão de meditação ou pilates, ou, ainda, apreciar o silêncio e a paz que a conexão com a natureza pode proporcionar – tudo isso se aplica à tendência do “Slow Morning” (ou “Manhã Lenta”), que está fazendo a cabeça das pessoas e influenciando os novos empreendimentos imobiliários e projetos decorativos.

“A harmonia com a natureza e a preferência por atividades ao ar livre estão revelando uma maneira de viver bem”, destaca a arquiteta da A.Yoshii em Campinas, Lorena dos Santos. O conceito de slow living se traduz na simplificação e na valorização do artesanato e produtos exclusivos. A proposta é dar prioridade a itens de qualidade e duráveis, escolhendo o essencial.

EM HARMONIA COM A NATUREZA

Segundo Lorena, o “Slow Morning” vem inspirando a criação de ambientes acolhedores e simples. Espaços amplos que integram a sala, a cozinha e a área gourmet, janelas que oferecem vistas de 360 graus do ambiente externo, além de muita luz e ventilação natural, estão entre as características arquitetônicas que combinam com esse movimento.

“A ideia é utilizar materiais naturais, feitos de forma sustentável e que carreguem alguma história”, prossegue a especialista. “O ambiente deve refletir e representar as pessoas que nele vivem”. Empreendimentos como o Le Rêve e o Prestige, localizados no bairro Cambuí, em Campinas (SP), são exemplos dessa tendência. Situados em uma região arborizada, os edifícios foram projetados para harmonizar-se com a natureza que o rodeia.

“Com o objetivo de promover o bem-estar dos moradores e enriquecer o bairro, a construtora revitalizou a Praça dos Municípios, também conhecida como Praça dos Alecrins”, conta a arquiteta. “O local ganhou novos bancos, reforma das calçadas, melhorias na iluminação, nova pintura, academia ao ar livre e projeto de paisagismo”. Essa ação foi autorizada pela prefeitura da cidade, que tem firmado parcerias com a iniciativa privada para recuperar áreas urbanas.

PAISAGISMO ABUNDANTE

Lorena acrescenta que, nas áreas comuns, os empreendimentos que aderem ao estilo priorizam a ideia de condomínio-clube, com um paisagismo abundante que permita aos moradores desfrutar dos aromas das flores, frutas e do canto das aves.

Os empreendimentos da A.Yoshii também seguem essa tendência ao oferecer áreas exclusivas para prática de exercícios, incluindo pilates, yoga, crossfit e salas de massagem, entre outros. Já no que tange os interiores, a preferência é por tons claros e monocromáticos. “No Evidence, empreendimento localizado na Nova Campinas, optamos por uma decoração neutra complementada por acessórios minimalistas”, observa a arquiteta. “O movimento “Slow Morning” contrapõe-se aos excessos do consumismo e ao caos da vida moderna”.

Mesmo que sejam amplos, os ambientes pedem recursos minimalistas. A preferência é por móveis de design aconchegantes e funcionais, uma vez que a proposta é incorporar uma atmosfera clean, harmoniosa e livre de desordem às residências. Na visão da especialista, os projetos arquitetônicos sempre refletem a realidade de seu tempo, e a demanda atual é por “manhãs conectadas” e integradas à natureza.

A ARTE DE VIVER COM CALMA

Pessoas interessadas em incorporar o “Slow Morning” a seus cotidianos podem começar adotando o design biofílico em suas moradias – ou seja, apostar na presença de plantas e elementos naturais no décor e buscar o melhor aproveitamento possível da luz natural. Também é recomendado investir em tecidos que incitem o toque, como: tapetes macios, almofadas confortáveis, sofás e poltronas aconchegantes.

Ainda, priorizando o melhor acabamento, durabilidade e qualidade, o conceito sugere peças artesanais e feitas à mão. A tendência valoriza a utilização de matérias-primas locais e produtos que carreguem histórias, valores e sustentabilidade. Por fim, projetos conectados ao conceito devem contar com áreas voltadas à contemplação e espaços arejados que promovam a calma e o relaxamento.

default