Em fórum realizado em Dubai, que aconteceu nos dias 13 e 14 de outubro, foram discutida formas de impulsionar o setor
Nos dias 13 e 14 de outubro, em Dubai, a Huawei promoveu a décima-segunda edição do Global Mobile Broadband Forum, evento organizado em parceria com a GSM Association e o SAMENA Telecommunications Council. Reunindo operadoras de rede móvel, líderes da indústria vertical e parceiros do ecossistema de todo o mundo para discutir como maximizar o potencial do 5G e impulsionar essa indústria, o fórum apresentou previsões de impacto para este setor.
Segundo o Diretor Executivo e Presidente da Diretoria de Infraestrutura de ICT da Huawei, David Wang (que discursou durante o evento), a empresa identificou dez tendências da indústria mobile para definir as redes orientadas para o futuro e preparar a indústria para o Mundo Inteligente de 2030.
A primeira tendência detectada pela companhia é a de que, futuramente, as comunicações digitais serão usadas para expandir e aprofundar as trocas de informações entre as pessoas, proporcionando experiências multissensoriais (as quais incluirão: visão, tato e olfato). Para habilitar esses recursos, as redes móveis precisarão oferecer suporte a 10Gbps, com latência de milissegundos em todos os lugares, e transmitir informações de forma mais semanticamente organizada.
Menor latência e maior confiabilidade
Ainda segundo o executivo, a comunidade digital será remodelada pelos 100 bilhões de conexões ponto a ponto que as redes celulares terão de suportar até 2030. Impulsionadas pela IoT em todos os cenários, as redes terão que começar a oferecer diferentes tipos de serviços de conexão, diferenciados por requisitos de velocidade e prioridade. Consequentemente, uma experiência com menor latência e maior confiabilidade deverá ser fornecida, assim como precisará ser criada uma nova forma de Internet das Coisas wireless, que apresente baixo consumo de energia e conexões passivas.
Outra previsão é que a colaboração satélite-solo preencherá as lacunas na cobertura sem fio do solo e alcançará a cobertura tridimensional do espaço aéreo, permitindo comunicações e controle para futuros drones e aeronaves. As redes móveis, com suas tecnologias de comunicação avançadas e um mercado multibilionário, provavelmente também serão usadas para alimentar as novas tecnologias de comunicação por satélite.
Já a detecção e as comunicações serão ainda mais integradas, permitindo a replicação digital em tempo real do mundo físico e facilitando a direção autônoma de alto nível e o gerenciamento de drones. Ambas as interfaces de rádio e arquiteturas de rede precisarão ser integradas de forma semelhante, e a tecnologia de resolução de detecção precisará avançar para o nível de centímetro, usando banda ultralarga com Massive MIMO para atingir essas funções.
A expectativa também é a de que as redes wireless se tornem totalmente integradas às tecnologias de IA, permitindo redes de direção autônomas de nível 5, que darão suporte adicional à O&M automatizado, fornecerão experiências premium e minimizarão as pegadas de carbono. Os rádios do futuro ainda serão projetados com inteligência nativa, e os algoritmos de rádio inteligente otimizarão ainda mais o gerenciamento da codificação do canal e dos recursos de rádio.
Largura de banda
A sexta tendência diz respeito às redes verdes de link e ciclo de vida completos. Na proporção em que o tráfego da rede crescer 100 vezes nos próximos anos, haverá um pico equivalente na demanda por soluções que reduzam esse consumo de energia. A eficiência energética por bit também precisará melhorar a uma taxa semelhante e deve ser considerada em todos os aspectos do projeto de rede, incluindo interfaces de rádio, dispositivos e sites. Isso permitirá a construção dessas redes ecológicas e sustentáveis de ciclo de vida e link completos.
Estima-se, ainda, que em 2030 as nações necessitarão de uma largura de banda de 2GHz, em média, e mais de 20GHz de largura em ondas milimétricas para acomodar o tráfego crescente. A indústria precisará facilitar a evolução do espectro sub-100GHz para NR e redefinir a utilização do espectro usando integração multibanda e outras tecnologias inovadoras, para alcançar uma melhoria 10 vezes maior de eficiência espectral.
Já os custos de transmissão de dados por bit serão reduzidos à medida que as tecnologias de várias antenas começarem a ser aplicadas a todas as bandas do espectro e a todos os cenários. Antenas modulares de banda ultralarga oferecerão suporte a combinações flexíveis de várias bandas, e superfícies reflexivas inteligentes aplicarão tecnologias de várias antenas em mais cenários, para permitir a implantação de alto desempenho baseado em nuvem.
Segurança
Ainda segundo Wang, a segurança intrínseca do dispositivo e a segurança inteligente e simplificada na camada de rede se tornarão cada vez mais importantes para a consolidação de um futuro digital. As operadoras, assim, terão que fornecer esses serviços simplificados por meio de sinergia de rede em nuvem para seus clientes do setor, em prol de uma transformação digital.
Por fim, o executivo lembrou que as futuras redes móveis oferecerão suporte a serviços mais diversos, como o Metaverso, redes de campo industriais e comunicações de veículo para tudo (V2X). Isso significa que a computação precisará ser integrada às redes móveis para fornecer serviços ininterruptos e de alta qualidade sob demanda, pois um único modelo de serviço será insuficiente para a construção de novas plataformas digitais.
O Diretor Executivo e Presidente da Diretoria de Infraestrutura de ICT da Huawei concluiu sua apresentação lembrando que essas tendências são um ótimo sinal de que a indústria wireless avança rapidamente em direção a um mundo totalmente inteligente, e que a Huawei continuará a trabalhar com parceiros da indústria para definir essas redes do futuro.