Com o tema “Mente e Coração”, a CASACOR 2026 propõe um mergulho emocional e sensorial no morar contemporâneo, unindo razão, afeto e propósito em cada espaço
Na arquitetura e no design, há tempos a casa deixou de ser apenas abrigo — tornou-se extensão da alma, espelho das emoções e refúgio diante do caos urbano e digital. E é justamente sobre esse equilíbrio que a CASACOR 2026 convida a refletir. Sob o tema “Mente e Coração”, a maior plataforma de arquitetura, paisagismo e design das Américas quer provocar uma reconexão entre o humano e o habitar, estimulando uma abordagem mais emocional, sensível e consciente dos espaços.
O conceito foi apresentado no Eixos CASACOR, realizado no Sesc Pompeia, em São Paulo, em um encontro que reuniu vozes como a arquiteta Viviane Telles, o líder espiritual guarani Carlos Papá e a psicanalista Maria Homem. O evento destacou a importância de unir inteligências orgânica, ancestral e emocional às práticas do design, abrindo caminho para um novo ciclo criativo que busca curar e reconectar.
PROPÓSITO E PERTENCIMENTO
O lançamento do tema trouxe também grandes anúncios, como a criação do Instituto CASACOR — iniciativa que pretende ampliar a atuação da marca em projetos socioculturais, educacionais e de preservação do patrimônio urbano. Segundo André Secchin, CEO da CASACOR, a mostra “segue com o propósito de ocupar espaços naturais e culturalmente ricos de forma responsável, gerando impacto positivo e valorizando o entorno”.
Em 2026, o evento paulistano acontecerá novamente no Parque da Água Branca, de 2 de junho a 9 de agosto, reafirmando o compromisso com a revitalização e o uso consciente dos espaços públicos. A edição anterior já havia deixado um legado notável, com 700 toneladas de entulho retiradas, R$ 3 milhões investidos em restauro e o aumento significativo da movimentação no comércio local. A continuidade dessa parceria simboliza o papel transformador da arquitetura quando unida à responsabilidade ambiental e social.
A CASA COMO CURA
A proposta criativa “Mente e Coração” nasce da pesquisa anual de macrotendências conduzida pela equipe curatorial da CASACOR. Em meio a um mundo saturado de informações e marcado pela aceleração digital, a mostra propõe resgatar o sentido humano do lar — um espaço de acolhimento e autocuidado, capaz de proteger e renovar.
Como destaca Livia Pedreira, presidente do conselho curador, “a casa simboliza uma era ambígua, que nos empurra à exposição, mas demanda recolhimento”. O manifesto da CASACOR fala do lar como casulo, que abriga, transforma e fortalece. Um território onde móveis, objetos e memórias atuam como antídotos contra a sobrecarga emocional da hiperconectividade.
Nesse cenário, o design assume um papel quase terapêutico: o de criar ambientes que equilibrem corpo e espírito, reconectem o morador às suas origens e devolvam significado à vida cotidiana. A fusão entre mente e coração deixa de ser apenas metáfora — é o caminho para um novo morar, mais humano, consciente e essencial.
