Segundo as arquitetas Ieda e Carina Korman, diversos fatores devem ser considerados na hora de optar por um ou outro tipo de cobertura
Fotos J.P Image e Gui Morelli
Por seus atributos estéticos e funcionais, as cortinas e persianas sempre são valorizadas em projetos de decoração. Além de garantir privacidade ao lar, elas “vestem” as janelas de uma casa ou apartamento e podem até nos proteger contra a ação dos raios UV. E por serem tão populares, estão disponíveis em uma variedade de modelos, o que pode deixar o consumidor confuso na hora da compra. Afinal: que cortina ou persiana é mais indicada para o seu espaço?
As arquitetas Ieda e Carina Korman, do escritório Korman Arquitetos, apreciam muito estes itens e costumam inseri-los com graça e critério em seus projetos. Por isso, sabem o que deve ser levado em conta na escolha de um modelo. Por exemplo: as persianas são mais indicadas do que as cortinas para pessoas que têm alergia à poeira, já que são fáceis de limpar.
As especialistas também recomendam as persianas quando há algum móvel sob a janela, uma vez que o ideal é que as cortinas apresentem uma altura até o chão.
Cortineiro
Aspectos relacionados ao bloqueio da luz solar e à altura das janelas também são importantes para uma boa escolha. Considerando a premissa de que uma cortina deve acompanhar o tamanho da parede, um móvel posicionado à altura da esquadria de uma janela necessariamente requer uma persiana. No que diz respeito à largura das janelas, há mais flexibilidade: pode-se cobrir apenas a janela ou a parede inteira. “No caso de aberturas descentralizadas, indicamos utilizar cortinas na parede inteira, pois ajuda a disfarçar a diferença entre os lados”, ensina Ieda.
O cortineiro (recurso da decoração que é considerado um “truque para esconder a instalação”) é fator de decisão para a opção por modelos de cortinas com trilho ou varão. Executado em gesso ou madeira e nas versões sobreposto ou embutido, o cortineiro é perfeito para receber cortinas com trilhos, que permanecerão ocultos e não trarão interferências na ambientação do décor. Além da facilidade para colocar ou retirar a cortina, o varão é mais eficaz em ambientes com forro inclinado, que impedem a fixação do trilho no teto.
Para não errar!
Já no que tange a quantidade necessária de tecido, as arquitetas indicam uma conta simples: após medir a largura da janela, multiplique a metragem por dois. Depois verifique a altura e adicione 60cm para a confecção da barra e o cabeçote. Em seguida, o resultado dessas duas contas deve ser multiplicado. Ou seja no caso de uma janela com 2 metros de largura e 2,6 metros de altura, a conta seria: 2 x 2 = 4 // 2,60 + 0,60 = 3,20. Multiplique um resultado pelo outro: 4 x 3,20 = 12,80m². Essa fórmula vale para tecidos com 1,40m de largura. Caso o corte tenha 3 metros de largura (o que permite usá-lo na horizontal), compre metade dessa quantidade.
Se o ambiente tiver várias aberturas, a recomendação das especialistas é que todas as cortinas ou persianas sejam iguais, o que dará uma unidade visual ao ambiente. Se o cômodo tiver uma janela com um móvel abaixo de sua altura, deve-se apostar em uma cortina do tipo romano (mais curta) e feita do mesmo tecido das demais. Ieda lembra que é possível “brincar” com as padronagens no décor. “Em um projeto com porta-balcão e diversas janelas no mesmo espaço, por exemplo, estas podem acomodar telas solares, e a porta, uma cortina longa”, afirma a arquiteta.
E, é claro, as tendências também precisam ser consideradas, algo que muda de tempos em tempos. Hoje, os modelos pesados e rígidos não têm mais uma grande procura – eles deram lugar às cortinas fluidas, que garantem um visual leve. “Gosto muito de trazer para os projetos os modelos em linho ou gaze de linho com poliéster, que são as queridinhas do momento”, afirma Carina. “Isso porque têm a mesma aparência de fibras 100% naturais, mas não amassam nem encolhem”.
Quanto ao estilo de prega, as arquitetas defendem o uso da wave, que tem feito bastante sucesso. O modelo reproduz as ondulações características das cortinas presas por meio de ilhoses em um varão. Além dela, as tradicionais pregas americanas e a prega macho estão em alta no décor.
No caso de muita luminosidade natural no ambiente, sempre há um risco de que móveis e cortinas sejam danificados. Nesse caso, aposte em forros com matérias-primas como tergal verão e gabardine. “Se preferir escurecer completamente a área, encomende um blecaute para ser instalado atrás do tecido”, diz Ieda. Já se a intenção for suavizar os ruídos externos (como o barulho da rua), recorra a tramas mais grossas, como o veludo, o algodão, a sarja e o linho.