Minissérie

Novo projeto do diretor Mike Flanagan, A Queda da Casa de Usher estreia este mês no Netflix

O diretor Mike Flanagan se tornou um queridinho dos fãs de suspense e terror que assinam o Netflix. Com uma mão muito boa para realizar produções com uma pegada sobrenatural, Flanagan é autor de grandes sucessos recentes da plataforma, incluindo Missa da Meia-Noite, A Maldição da Mansão Bly e A Maldição da Residência Hill. Agora, ele volta à carga com uma promissora adaptação de um clássico da literatura de terror norte-americana: A Queda da Casa de Usher, minissérie que estreia este mês e é baseada em um conto de Edgar Allan Poe.

Em seus trabalhos anteriores, Flanagan lidou com vampiros, espectros e fantasmas, em incursões bastante típicas ao gênero. Mas, em A Queda da Casa de Usher, o cineasta adentra um território mais nebuloso e sutil que o de seus sucessos anteriores. Mais do que terror sanguinolento e explícito, os espectadores devem se preparar para um suspense psicológico dos bons.

CALAFRIOS

Na trama, o público acompanha a trajetória de um império farmacêutico liderado pelos irmãos Roderick (Bruce Greenwood) e Madeline Usher (Mary McDonnell). O suspense começa quando os herdeiros da família Usher passam a ser assassinados, o que, aparentemente, tem algo ver com ações cometidas no passado.

Com oito episódios, a minissérie é escrita por Flanagan e Trevor Macy e conta com um grande elenco, que inclui: Bruce Greenwood, Mary McDonnell, Mark Hamill, Carla Gugino, Kate Siegel e Zach Gilford, entre outros. O cenário principal da trama é Casa de Usher, uma mansão que provoca calafrios em quem a contempla e que esconde terríveis segredos.

A curiosidade quanto ao projeto começou a repercutir nas redes sociais em outubro de 2021, quando a Netflix anunciou que Flanagan estava desenvolvendo uma trama inspirada em A Queda da Casa de Usher e outras obras de Edgar Allan Poe. Em dezembro de 2021, o elenco começou a ser escalado. Inicialmente, o astro Frank Langella (conhecido por sua icônica interpretação do Conde Drácula em um filme clássico da década de 1970) faria uma participação na série, mas o astro foi afastado após uma investigação de má conduta. As filmagens começaram em 31 de janeiro de 2022, em Vancouver, no Canadá, e foram concluídas em 9 de julho de 2022.

ENREDO ATEMPORAL

Originalmente publicado em 1839 na Burton’s Gentleman’s Magazine, o conto A Queda da Casa de Usher reapareceu, no ano seguinte, nas páginas da publicação Tales of the Grotesque and Arabesque. Os críticos literários e fãs do autor consideram a obra um dos melhores trabalhos de Poe. O texto foi adaptado diversas vezes para o cinema e o teatro, sempre ganhando a atenção do público.

Considerado um dos criadores do gênero Policial, Edgar Allan Poe nasceu em Massachusetts (EUA), no ano de 1849. Escritor, poeta, editor e crítico literário, ele se tornou famoso por suas histórias que envolviam o macabro e o sobrenatural. O autor também foi um dos primeiros escritores estadunidenses de contos. Ao lado de clássicos como O Gato Preto, O Coração Denunciador e O Barril de Amontillado, A Queda da Casa de Usher figura entre seus grandes trabalhos.

INSPIRAÇÃO

Dizem que a inspiração para o enredo veio da Casa de Hezekiah Usher, em Boston. Erigida em 1684, a propriedade foi demolida em 1830 e, ao que se conta, foram encontrados dois cadáveres abraçados nas ruínas de sua adega.

Ao longo do tempo, o conto construiu uma sólida reputação de obra magna do gênero. São muitas as adaptações que o enredo teve em outras mídias ao longo do século 20, mas uma das mais célebres é uma produção de baixo orçamento dirigida por Roger Corman em 1960, e que acabou se tornando um cult movie.

O filme era estrelado por uma lenda do cinema de horror, Vincent Proce, que defendeu o papel de Roderick Usher. Já o protagonista e narrador da trama, Philip Winthrop, foi vivido por Mark Damon, enquanto Myrna Fahey deu vida a Madeline. A produção deu início a todo um ciclo de filmes inspirados nas obras de Poe dirigidos por Corman.

Mais tarde, o cineasta surrealista tcheco Jan Švankmajer adaptou a história como um curta-metragem, utilizando imagens e objetos ao invés de um elenco regular. A nova adaptação da Netflix comprova que a trama tem poder de fogo suficiente para continuar a assombrar o público no século 21.

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