Especialista em décor aposta em projetos criativos para estimular o aprendizado e a autonomia dos pequenos
Foi-se o tempo em que cores primárias aplicadas às paredes e um simples móbile sobre o berço do bebê definiam a decoração de um quartinho dos pequenos. A exemplo de outros espaços da casa, esse cômodo também evoluiu em termos de design de interiores. Exemplos disso são os projetos do gênero assinados pela arquiteta dos apartamentos decorados da Yticon, Cristina Cardoso, que sabe utilizar soluções elementares para potencializar tais ambientes.
“Não podem faltar estímulos sensoriais, com cores e texturas que incentivam a curiosidade e estimulam a criatividade”, ensina a especialista. “Esses ganhos podem ser ainda maiores com soluções que fortalecem a autonomia infantil no espaço”.
ORGANIZANDO A BAGUNÇA
Todos os pais almejam uma forma simples de fazer com que os filhos guardem seus brinquedos após se divertirem com eles, assegurando a organização do espaço. Segundo Cristina, esse processo de aprendizagem pode ganhar um aliado quando o espaço de armazenagem é de fácil acesso para as crianças. No empreendimento Vibe, em Londrina (PR), foram feitas gavetas embutidas na parte de baixo da estrutura da cama.
Além disso, os espaços de armazenagem foram integrados à estrutura do sofá que compõe o ambiente. A arquiteta explica que esse recurso, além de otimizar os espaços, facilita o acesso dos pequenos aos objetos guardados, favorecendo a autonomia, e, ao mesmo tempo, contribuindo para manter o quartinho organizado.
O décor do quarto infantil também deve levar em conta o tamanho das crianças com soluções na altura do olhar, fazendo com que seus ocupantes se sintam bem no local. Uma opção prática pensada pela arquiteta no empreendimento foram as prateleiras mais baixas para livros e outros objetos.
Cristina ressalta que é importante alguns desses itens terem o poder de estimular os pequenos. “Com o crescimento das crianças, é possível ajustar a altura das prateleiras, adaptando o espaço de acordo com a necessidade”, prossegue a arquiteta.
ATIVIDADES LÚDICAS
Não é segredo que crianças adoram pintar e desenhar – e um modo de tornar essa atividade lúdica ainda mais interessante é apostar em móveis que facilitem o uso por parte dos pequenos. “Cadeiras e mesas mais baixas ou pufes adequados ao tamanho das crianças são boas opções, pois garantem autonomia na hora de sentar e levantar para pintar ou até mesmo nas tarefas de casa quando estiverem mais velhas”, revela a especialista.
Ainda segundo Cristina, é importante que a criança sinta que tem um espaço adequado para expandir sua criatividade. “Além disso, o mobiliário na altura correta garante maior segurança, especialmente nos primeiros anos de vida”, lembra a arquiteta.
Cada criança é única no que tange temperamento, interesses e gostos. Compreender essas diferenças é importante para compor a decoração do quarto infantil. Elementos lúdicos podem ser o ponto focal no quarto de uma criança que gosta do mundo de historinhas, por exemplo. Outras se sentem melhor em espaços mais minimalistas. E mesmo com uma decoração neutra, é possível incorporar elementos sensoriais para estimular a criatividade.
No quarto infantil do Vibe, as almofadas se destacam com cores e formatos de personagens que inspiram o imaginário infantil. Os detalhes diferentes também podem estar em tapetes, quadros, roupas de cama e até mesmo na iluminação.
PERSONALIZAÇÃO DO ESPAÇO
Quando o décor possui um tema, a personalidade da criança é ainda mais estimulada. Assim, a dica é inserir esse elemento do espaço levando em conta gostos, cores, personagens, atividades, esportes e brincadeiras que os pequenos apreciam. Mas não é necessário adotar uma decoração semelhante à de uma festa para enfatizar um personagem ou esporte.
No empreendimento Urban, localizado em Maringá (PR), Cristina optou por trabalhar a temática dos “carros”, presente em quadros, almofadas com formato de pneu e em um neon indicando “garage”. A decoração também pode destacar a atividade favorita das crianças, como no empreendimento Hype, em Londrina, onde a arquiteta utilizou uma estante com shapes de skate. Por fim, a arquiteta enfatiza que, se possível, a criança deve ser estimulada a participar ativamente do décor. Portanto, deixe-a escolher e até customizar as peças, pintando, colando ou colocando fotos em quadros magnéticos. Desse modo, sua personalidade estará muito presente no cômodo.