Oferecendo mais segurança, protocolo Matter representa um salto tecnológico para a automação residencial
Por José Assunção Rodrigues Junior Fotos Shutterstock.com
Já se inicia uma nova era na automação residencial sem fios: a chegada dos dispositivos com o novo protocolo Matter. Com este padrão no mercado, a automação residencial dá um salto tecnológico e passa a promover maior integração entre os dispositivos e seus fabricantes, a possibilidade de criação do ecossistema tecnológico residencial onde eletrodomésticos e dispositivos inteligentes podem se comunicar e interagir de forma simples e completa.
O protocolo Matter chega para oferecer maior interoperabilidade entre dispositivos de fabricantes diferentes, permitindo maior facilidade de integração, configuração e comunicação entre todos. Isso deve tornar o mercado mais atrativo principalmente para o usuário, que poderá escolher dispositivos de diferentes fabricantes para atender suas necessidades quanto às facilidades oferecidas e a melhor composição para sua residência.
SEGURANÇA
Um dos pontos mais importantes desta nova fase dos sistemas de automação sem fios é a segurança, uma grande preocupação dos usuários e órgãos de controle em todo o mundo. A CSA – Connectivity Standards Alliance, associação que desenvolveu o novo protocolo, divulgou que os dispositivos domésticos inteligentes deverão ser mais seguros, confiáveis e fáceis de usar.
Muitos dos sistemas (principalmente Wi-Fi) existentes no mercado utilizam o processamento dos comandos em nuvem, por meio de servidores dos próprios fabricantes ou plataformas que reúnem diversos fabricantes, utilizando e compartilhando dados colhidos dos usuários. O medo dos usuários de dispositivos conectados é duplo. Por um lado, existem fornecedores famosos pela coleta, uso e compartilhamento de dados não autorizados. Por outro lado, alguns invasores fariam de tudo para invadir dispositivos e acessar os dados de um usuário com fins nefastos.
A grande preocupação é o que as empresas fazem ou irão fazer com os dados coletados e compartilhados e a possível vulnerabilidade do acesso a estas informações. Muitos sistemas ainda possuem vulnerabilidades no sistema de identificação e compartilhamento de dados de acesso de usuários nos aplicativos. Muitos usuários, ao acessar a configuração dos sistemas, não mudam a senha inicial ou utilizam senhas “fracas”, o que torna o sistema fácil de ser acessado por outros.
POLÍTICAS DE PRIVACIDADE
A segurança dos sistemas já é tema de propostas de leis em alguns países, como nos EUA e a Comunidade Européia, que já se preocupam com os assistentes de voz e o controle que estes dispositivos podem disponibilizar sem que o usuário saiba. Na Inglaterra, já existe uma lei que pune com pesadas multas as empresas que utilizam senhas padrão para dispositivos inteligentes residenciais.
Outra grande preocupação é o acesso a possibilidade na fragilidade de sistemas de segurança baseados em Wi-Fi, no qual pessoas que possam ter acesso ao smartphone do usuário e aos aplicativos conseguirem desativar alarmes e destravar portas para ter acesso à residência.
Novas políticas de privacidade e leis de proteção de dados abrangendo os dispositivos inteligentes utilizados em nossas residências deveriam ser o centro das preocupações das entidades reguladoras para proteger os usuários e tornar os sistemas mais confiáveis e seguros.
A aplicação de medidas de segurança mais rígidas a dispositivos domésticos inteligentes aceleraria a adoção desses produtos como um subproduto da redução dos medos de muitas pessoas. Ninguém deveria abrir mão de sua privacidade só porque seu comando de voz, ou seu sistema de iluminação, está conectado à Internet. No entanto, embora o objetivo de não abrir mão de sua privacidade continue a ser o objetivo, há uma grande responsabilidade dos usuários de dispositivos domésticos inteligentes para garantirem a proteção de seus dados. Não descuide da segurança cibernética! Pense nisso…
