Segundo os organizadores da iniciativa, o concurso referente ao Espaço Mascarenhas contou com propostas de alto nível e teve 120 inscrições homologadas
Por meio das redes sociais YouTube e Facebook, foram anunciados os finalistas do concurso de requalificação do Espaço Mascarenhas, em Juiz de Fora (MG). O primeiro, segundo e terceiro colocados recebem, respectivamente, premiações de R$ 40 mil, R$20 mil e R$10 mil, sendo que o criador do anteprojeto vencedor será contratado para o desenvolvimento dos projetos executivo de arquitetura e urbanismo da Praça Antônio Carlos, na Rua Dr. Paulo de Frontin e do Centro Cultural “Bernardo Mascarenhas”, além dos respectivos projetos legais e complementares.
O IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil cumpriu o desafio de organizar um certame, na modalidade de concurso, de forma a elevar o nível das propostas apresentadas de requalificação de um dos espaços históricos mais simbólicos de Juiz de Fora. Se inscrevam profissionais, individualmente ou na qualidade de responsável técnico de sociedade/empresa de prestação de serviços de arquitetura e urbanismo (no total, foram homologadas 120 inscrições).
Propostas
Primeiro nome entre os finalistas, Henrique Wosiack Zulian (Curitiba, Paraná) apresentou uma proposta que, na visão dos organizadores, se destacou pela capacidade de explorar as potencialidades dos espaços que conformam o complexo, por meio de uma compreensão muito assertiva, completa e embasada do contexto, contemplando as demandas explicitadas no Edital de forma criativa e equilibrada.
A fluidez do térreo alcança uma articulação almejada entre as construções, com maior aproveitamento das áreas livres e integração entre as praças, dialogando com as áreas adjacentes. A Comissão Julgadora destacou a necessidade de amadurecimento do projeto do palco e, eventualmente, de sua localização.
O segundo finalista, também de Curitiba, foi André Bihuna D’Oliveira. Em sua análise, a comissão julgadora considerou a proposta completa e equilibrada, com intervenção delicada e precisa e uma apresentação didática e elegante.
A Comissão discutiu algumas oportunidades desaproveitadas nas relações interior/exterior e algumas escolhas de localização de atividades internas às edificações, a solução efêmera para o palco, excesso de área para o estacionamento, além das prováveis vantagens de inversão na localização do skate e parquinho.
Em terceiro lugar ficou Tiago Brito da Silva, de São Paulo (SP), cuja proposta se destaca por sua inserção urbana, correto arranjo do programa e desenho dos espaços exteriores resolvendo de forma adequada e equilibrada suas relações com os edifícios e com o contexto urbano, imprimindo uma correta fluidez que lhes dá qualidade, ao mesmo tempo em que valorizam o patrimônio tombado.
Patrimônio cultural
O Espaço Mascarenhas é um grande referencial do patrimônio cultural juiz-forano, que integra, também, o Núcleo Histórico da Praça Antônio Carlos. Seu complexo abrange área de 17 mil m² e contemplando a praça, a antiga subestação, os edifícios do Centro Cultural “Bernardo Mascarenhas” (CCBM), da Biblioteca Municipal “Murilo Mendes” (BMMM), da antiga sede administrativa da fábrica de tecelagem (atualmente ocupada pela Secretaria de Educação – SE), do Mercado Municipal e o estacionamento.
A Rua Dr. Paulo de Frontin, além de abrigar significativos exemplares arquitetônicos protegidos, atua como elemento de ligação entre o “Espaço Mascarenhas” e a Praça Dr. João Penido, que, juntamente com a Antônio Carlos, representam dois dos principais núcleos históricos da cidade. Todos esses elementos integram ainda o Núcleo Histórico Urbano, que detém importante acervo do patrimônio cultural de Juiz de Fora.